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Sessão de 2 de Julho de 1923
A isto junta-se o desleixo e a incompetência de muitas autoridades civis que não se importam com estos serviços e não mandam até prender os indivíduos conhecidos como refractários.
Com tudo isto, quando se chegar ao fim do ano, V. Ex.ª encontra-se com 22:000 soldados distribuídos»
Eu posso dizer que conheço regimentos onde na última encorporação aqueles recrutas que não se livraram por uma inspecção iníqua, ficaram isentos do serviço pela junta módica hospitalar, ficando muitos efectivos reduzidos a metade.
Isto é uma imoralidade; e o Sr. Ministro da Guerra que, é um militar brioso tem que chamar a atenção da Câmara para o assunto.
S. Ex.ª bastante poderá fazer com vantagem para o país, porque 22:000 homens instruídos, ao cabo de dez anos, são 220:000 homens.
Depois do exemplo da última guerra, havemos de confessar que isto já é alguma cousa para não nos deixarmos afundar.
Se alguém há que não deseje o país afundado, tem obrigação de evitar que tais cousas aconteçam e que a boa doutrina militar se estabeleça.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Pires Monteiro (relator): — Sr. Presidente: a propósito dêste artigo tem-se feito afirmações que não podem deixar de ser muito agradáveis ao Parlamento Português.
O nosso Parlamento será dos primeiros a colocar a questão militar no terreno em que deve ser posta, e ver-se há que não regateia o dinheiro necessário para as despesas indispensáveis- ao exército, e para que possam honrar os seus compromissos todos aqueles que vestem farda e se orgulham de ser portugueses.
Disse o Sr. António da Fonseca, que tam critoriosamente e com uma inteligência tam viva se tem ocupado da questão militar, que era lamentável que o relator da comissão de guerra se visse obrigado a reduzir o efectivo orçamental para a instrução de recrutas. Eu confesso que não esporava esta atmosfera de carinho com que o Parlamento tem rodeado o exército português; mas devo afirmar que não há nenhum prejuízo para a defesa nacional na. redução do número dos recrutas a instruir no futuro ano económico. E não há porque nós viemos há pouco duma guerra, tendo vivido, por consequência, uma vida intensiva, e vamos ressurgir para uma vida normal.
Não há perigo na fixação de um número menor para a escola de recrutas. De mais a mais essa fixação é uma previsão e é de crer que ela não seja excedida, visto o nosso meio continuar ainda contaminado e vistos os resultados do ano passado. Portanto não era honesto fixar êsse número em 30:000 recrutas, por exemplo.
Foi animado dêste desejo e dum grande amor às instituições militares e ao país, que eu elaborei a minha proposta de emenda que a comissão aprovou e que agora está sendo submetida à apreciação da Câmara.
O Sr. Presidente: — Vou suspender a sessão. V. Ex.ª deseja terminar ou ficar com a palavra reservada?
O Orador: — Se V. Ex.ª me permite ficarei com a palavra reservada.
O Sr. Presidente: — Sim senhor. A sessão continua às 22 horas.
Está interrompida a sessão.
Eram 19 horas e 30 minutos.
O Sr. Presidente (às 22 horas): — Está reaberta a sessão e continua no uso da palavra o Sr. Pires Monteiro.
O Sr. Pires Monteiro: — Sr. Presidente: prosseguindo na ordem de considerações que vinha fazendo na sessão de dia, eu devo dizer que se não pode nem deve seguir um objectivo diferente daquele que a comissão de guerra teve a honra de propor à Câmara relativamente ao número de praças, que deve ser de 22:800.
A comissão de guerra, Sr. Presidente, procedendo da forma como procedeu, foi animada dos maiores desejos de fazer com que a instrução militar preparatória progrida, como é de todo o interêsse para o país.
Há um ponto, Sr. Presidente, para o qual eu chamo a atenção especial da Câ-