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Diário da Câmara aos Deputados
ataques cerrados que contra ela têm feito vários oradores caem pela base, porque êles não estão dentro do seu espírito sciêntífico e filosófico.
A organização miliciana exige a ocorrência de todos os factores sociais e económicos para satisfazer à sua finalidade. Quere dizer: não é só o Sr. Ministro da Guerra que a realiza, mas toda a nação.
Disse-se aqui hoje que as autoridades civis têm comprometido muito o rendimento dessa reforma. E porquê?
Porque êsses indivíduos nunca passaram pelas fileiras e, por consequência, desconhecem por completo a alta finalidade das instituições militares.
Em minha opinião, longe dê se encontrar uma congregação de esfôrços para alcançar o objectivo, tem-se encontrado uma resistência passiva, que reduziu ao mínimo os benefícios da reforma de 1911.
Não se diga, Sr. Presidente, que a República tem de emendar a mão na parte referente ao estabelecimento do serviço militar pessoal e obrigatório, porque é nesta base que tem de assentar a organização militar que se adoptou.
Ninguém fale de remissões; ninguém fale da instituição da nova casta, nem ninguém defenda que dentro da democracia portuguesa apenas vão fazer serviço no exército os párias, e os desgraçados.
Se dentro do povo existe latente o espírito do cumprimento do dever, aumentemos êsse espírito, pondo nos regimentos, ao lado dos analfabetos, aqueles que em linguagem de caserna se chamam os casacas e os cartolas.
Nós, pela reforma de 1916, conseguimos criar nos regimentos o espírito de emulação entre aqueles que V. Ex.ªs me hão-de permitir que chame o lapuz, e o intelectual, muitas vezes com triunfo para o primeiro.
Sr. Presidente: o exército poderá, em épocas antigas, ter sido uma escola de ociosidade; mas nas sociedades modernas é uma escola de alto civismo, que completa, por assim dizer, a educação das escolas primárias e a educação técnica de muitos indivíduos.
Êsse quadro permanente deve ser restrito; porque é o delegado do Govêrno da República no que diz respeito à sua política militar. Nós temos dentro do exército indivíduos que resistem activa e passivamente contra as leis da República.
Não se diga que as casernas são escolas de desmoralização. Onde é que a Alemanha criou fôrças para a grande batalha?
Foi a conjugação do seu exército.
Não poderia, abdicar da obra que se fez em 1911.
Devemos pôr de parte toda a questão política e tratar esta questão militar como patriotas e portugueses.
O exército miliciano tem afirmado em toda a parte a vitalidade da raça.
Apoiados.
Os recrutas inscritos são em número de 22:000. É pouco, pois podíamos ir mais além.
O Sr. Pires Monteiro (interrompendo): — Infelizmente não se pode ir mais além, porque as juntas não dão mais.
O Orador: — É para lamentar que as juntas assim procedam.
Trocam-se àpartes.
Eu sei que as faculdades do nosso Orçamento não permitem a encorporação de 50:000 recrutas; mas podia inscrever-se 30:000:
É necessário que todas as classes contribuam com o seus esfôrço para a defesa dá nacionalidade.
É necessário que não se volte ao tempo ominoso em que o dever sagrado de defender a Pátria se vendia a troco de meia dúzia de votos.
Tenho dito.
O discurso será publicado na íntegra guando o orador haja revisto as notas taquigráficas.
Foi aprovado o capítulo 18.º, salvo as emendas
Entra em discussão o artigo 19º
O Sr. Pires Monteiro: — Mando para a mesa a seguinte emenda:
Escola de Esgrima do Exército:
Capítulo 1.º — artigo 19.º — p. 61:
Que ao quadro sejam abatidos:
1 Secretário (oficial de reserva ou reformado);