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Sessão de 20 de Julho de 1923
O Sr. Presidente: — Tenho por V. Ex.ª e por todos os Srs. Deputados que compõem esta Câmara a maior consideração e não estou aqui para desconsiderar seja «quem fôr; e tanto assim é que a resolução tomada por mim foi aquela que V. Ex.ª requereu.
Àpartes.
V. Ex.ª tinha pedido a palavra requerendo que a sessão reabrisse às 22 horas, isto ó, que a suspensão durasse duas horas e meia.
Foi precisamente êsse o intervalo marcado pela Mesa para a interrupção da sessão.
Apoiados.
Neste meu procedimento já V. Ex.ª vê, que não podia haver falta de consideração por V. Ex.ª quando V. Ex.ª pediu a palavra para um requerimento.
Não sabia se o requerimento seria ou mão adstrito à matéria.
Vi depois que o requerimento não podia ter seguimento, mas os desejos de V. Ex.ª estavam satisfeitos pela minha declaração.
Não houve, portanto, intuitos de melindrar V. Ex.ª e muito menos de o desconsiderar.
S. Ex.ª não reviu.
O Sr. Almeida Ribeiro: — Quando há pouco surgiu o incidente levantado pelo Sr.. Agatão Lança, em que S. Ex.ª se julgou desconsiderado, afirmou S. Ex.ª que eu tinha esquecido a consideração que merece.
Da parte do Sr. Agatão Lança há um equívoco: não houve desconsideração nenhuma por S. Ex.ª, mas sim consideração.
No que disse mostrei consideração por S. Ex.ª, porque disse que a sessão seria interrompida e o Sr. Presidente a reabriria justamente à hora que S. Ex.ª indicava no seu requerimento.
Não houve, portanto, desconsideração alguma, e creio que o Sr. Agatão Lança se dará por satisfeito com as explicações que acabo de lhe dar.
O orador não reviu.
O Sr. Agatão Lança: — Permita V. Ex.ª que eu esclareça o Sr. Almeida Ribeiro. Quando disse que S. Ex.ª tinha deturpado o meu requerimento, não foi com o sentido de ofender, mas ùnicamente convencido de que estava dizendo uma verdade.
Havia vários Deputados inscritos, de forma que não era possível marcar o tempo.
V. Ex.ª, Sr. Almeida Ribeiro, diz que eu não raciocinava bem por estar exaltado; pois é exactamente quando eu raciocino melhor.
Devo prestar a V. Ex.ªs o meu maior preito de estima e elevada consideração.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taguigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. António Fonseca: — Sr. Presidente: não posso falar sem a presença do Sr. Presidente do Ministério.
Entra na sala o Sr. Presidente do Ministério.
O Orador: — Em cumprimento com as disposições regimentais, mando para a Mesa a minha moção de ordem.
Sr. Presidente: eu não sou Deputado que se encontre inoculado ao Govêrno por disciplina, nem tenho o intuito de derrubar o Govêrno; não faço parte nem de um nem de outro lado ca Câmara, porque tenho a opinião que a duração dos Govêrnos é função da sua utilidade.
Eu sou tam independente, que nem sequer faço parte dos independentes, que hoje, creio, apenas estão representados no Ministério. Todavia, isto não impede que eu. exponha a minha opinião.
Quando dentro de um partido eu tive a preocupação de marcar o meu lugar, e nunca a disciplina partidária me obrigou a votar contra a minha consciência.
Vim à Câmara pela vontade directa dos meus eleitores; nada devo ao Directório do Partido Republicano. Português; o meu partidarismo de então não impediu que eu divergisse de algumas das figuras dêsse partido, como fiz do Sr. Afonso Costa.
Passados anos, eu tive de sair do Partido Democrático e entrei no Partido Reconstituinte.
Parece-me ter adquirido neste momento adentro da política do meu País a posição mais consentânea com a minha maneira de ser, qual é a de pertencer a um