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Sessão de 24 de Julho de 1923
isto para prestígio da sua farda, para glória do exército a que pertence.
Quando um dia os ingleses lhe disseram que já não voltaria a voar sôbre o inimigo emquanto não fôsse constituída uma unidade portuguesa de aviação, e como isto se não realizaria tam cedo, pediu para sair de onde estava, porque teve vergonha de estar a fingir que voava na «frente» e a ganhar ao mesmo tempo duas libras em ouro por dia.
Eu, como militar, nunca fugi ao perigo, e ninguém é capaz de me desmentir.
Outros não poderão, dizer outro tanto.
Caminhei sempre de cabeça levantada, sem medo, e assim quero morrer.
Tenho dito.
O Sr. Presidente: — Tenho a dizer ao Sr. António Maia que durante o seu discurso referiu-se a pessoas que não têm assento nesta Câmara, usando de expressões que podem ser consideradas como injuriosas, e, assim, pedia a V. Ex.ª que considerasse tais expressões como não proferidas.
O Sr. António Maia: — Pela muita consideração que tenho para com V. Ex.ª, Sr. Presidente, dou como não proferidas nesta sala essas expressões, mas mantenho-as lá fora.
Tenho dito.
O Sr. Agatão Lança: — Havendo dois assuntos que interessam a opinião pública, eu requereria que, votado o incidente «da discussão do caso do Sr. António Maia, Continuasse o debate político.
Àpartes.
O Sr. Presidente: — O incidente relativo 3. 0 Sr. António Maia não está generalizado; só alguns Srs. Deputados pediram a palavra para explicações.
O Sr. Agatão Lança: — A êsses que pediram a palavra seguem-se outros, e amanhã a mesma cousa.
O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: parece-me que há da parte do Sr. Agatão Lança um manifesto equivoco.
O que está em discussão não é o incidente do Sr. António Maia com o Sr. Ministro da Guerra, mas sim a declaração do Sr. Presidente do Ministério sôbre a sua nomeação para a pasta da Guerra.
Sobro êste ponto pedi a palavra, e entendo que nenhuma votação deve recair sôbre um incidente que afinal não existe.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente: — Peço a atenção da Câmara.
O Sr. Fernando Freiria tinha pedido [a palavra para antes da ordem do dia, e, como insistisse para usar dela, a Câmara deliberou que lhe fôsse concedida quando chegasse o Sr. Presidente do Ministério.
Quando S. Ex.ª chegou, fez a comunicação que a Câmara conhece, e inscreveram-se para falar, primeiro o Sr. Cunha Leal, depois o Sr. Freiria e seguidamente o Sr. António Maia.
Eu sei que V. Ex.ª, Sr. Carvalho da Silva, pediu a palavra quando falava o Sr. Fernando Freiria, mas não posso dar-lha sem primeiro consultar a Câmara.
O Sr. Carvalho da Silva: — Desde que há uma declaração de crise, há sempre discussão.
O Sr. Presidente: — Mas o Sr. Cunha Leal ainda não usou da palavra.
O Sr. Fernando Freiria (para explicações): — Sr. Presidente: apenas duas palavras.
Durante o tempo que ocupei a pasta da Guerra nunca proferi nesta Câmara quaisquer palavras de onde se deduzisse que a aviação militar terrestre estava eivada de individualidades desprestigiosas.
Quem assistiu às sessões de Maio, o quem ler as actas e os extractos dos meus discursos verificará que não proferi quaisquer palavras nesse sentido.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. António Maia: — Pedia a V. Ex.ª, Sr. Presidente, para mandar buscar os relatos dessas sessões, e lê-los à Câmara.
O Sr. Cunha Leal: — Sr. Presidente: pouco tempo tomarei à Câmara.