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Sessão de 25 de Julho de 1923
via obrigado a dar conhecimento oficial da sua situação.
Tanto bastou para que um filho dêsse ínclito varão, que pertence à já célebre junta geral, o fôsse procurar a sua casa para o intimar a nada promover contra seu pai, sob a ameaça de que, no caso contrário, o mataria.
Isto passou-se na Madeira, a trinta e seis horas de viagem do Lisboa. Ninguém de boa fé acredita que êsse cavalheiro, que é governador civil do Funchal, não tenha pleno conhecimento dêstes factos.
O Sr. Jorge Nunes: — Para honra da República é metê-lo na cadeia.
O Orador: — Sr. Presidente: é um êrro julgar que a paciência não tem limites, mantendo um cavalheiro com tais predicados à frente de um concelho.
O meu partido tem a obrigação de defender os- seus partidários, espesinhados e ameaçados de serem assassinados.
Estamos fartos de ouvir as respostas do Sr. Presidente do Ministério, dadas sempre em termos vagos. Isto serve apenas para perder tempo, porque S. Ex.ª nada faz.
Apoiados.
O Sr. Vasco Borges, falando há dias referiu-se à influência que tem o Partido Democrático em todo o país, mas apesar de todas essas influências o Partido Democrático necessita de fazer violências para se impor.
Os casos a que me referi não são únicos. Essas violências dão-se em todos os pontos, sobretudo onde os vários indivíduos que estão no Partido Democrático se julgam donos disto.
Apoiados.
De toda a parte vêm queixas contra a situação actual, queixas que, pela situação que ocupo no meu partido, me passam pelas mãos.
Violências como as que se têm feito ultimamente nunca se fizeram.
Desde que se fazem reclamações por pessoas com toda a autoridade política, desde que se apresentam reclamações feitas em nome do meu partido, feitas pelo leader dêsse partido, deviam ser tomadas providências; mas o Sr. Presidente não dá outra satisfação senão esta: que vai mandar telegramas.
Quando o Sr. Álvaro de Castro e o Sr. Américo Olavo reclamam contra os bandidos que continuam a tripudiar, S. Ex.ª manda um telegrama.
Que se importam êles que S. Éx. a mande telegramas?
Àpartes.
O Sr. Álvaro de Castro (interrompendo): — Ou se tomam providências ou então tem de haver um grito de revolta.
Àpartes.
A sessão torna-se agitada.
O Sr. Presidente: — Faltam cinco minutos para que S. Ex.ª termine.
Vozes: — Fale, fale.
O Orador: — Fizeram-se reclamações junto do Ministro, formando-se cabalas para substituir o juiz de Santa Cruz.
O Sr. Ministro da Justiça já disso que tinha recebido reclamações nesse sentido.
Quere dizer: já se procurou o afastamento do juiz o pretende-se afastar funcionários e provocar novos: tumultos.
Aqui está ao que conduz a impunidade.
O Sr. Presidente do Ministério pediu a palavra e eu tenho interêsse de ouvir as suas afirmações.
Não quero demorar o momento de S. Ex.ª as produzir.
Tenho dito.
O discurso será publicado na íntegra quando o orador haja revisto as notas taquigráficas.
O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior, e interino, da Guerra (António Maria da Silva): — Mais uma vez o assunto da Madeira tem sido versado nesta casa do Congresso.
Sou acusado de não ter cumprido o meu dever.
A política foi sempre agitada na Madeira.
Não apoiados.
Protestos ruidosos.
Disse e digo que tenho mais uma vez de constatar que a política da Madeira foi sempre agitada.
Dizendo isto, digo uma verdade.
Não apoiados.