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Sessão de 5 de Agosto de 1923
produzido no sentido do bem servir o País.
Disse o Sr. Álvaro de Castro que o Sr. Ministro das Finanças se encontra cansado; mas, Sr. Presidente, quem parece que está cansada é simplesmente a oposição nacionalista.
O Sr. Ministro das Finanças apresentou o seu programa absolutamente claro e concreto na devida altura, ou seja em Janeiro dêste ano.
Marcou uma acção, com a qual pretendo conseguir o equilíbrio orçamental.
Quantos meses são decorridos?
É extraordinário que aqueles que se queixam de que não pode haver o equilíbrio do Orçamento, de que o Ministro das Finanças se encontra cansado, continuamente joguem de porta, continuamente procurem todos os pretextos para não cumprir o seu dever de Deputados, e eu conheço bem essa acção obstrucionista de que nunca usei contra ninguém, e que consiste, prejudicando a acção do País, em dar um assalto às cadeiras do Poder.
Eu ainda podia admitir que a oposição nacionalista viesse ocupar as cadeiras do Poder, quando provasse ao País que era um partido de Govêrno e que tinha medidas próprias e úteis para o País, mas tal não sucede, e o Partido Nacionalista, que ainda não encontrou uma forma de equilíbrio, não pode querer herdar o Poder.
Se o Partido Nacionalista estivesse em condições de ser Govêrno, eu seria o primeiro que se resolveria a entregar as pastas ao supremo magistrado da Nação.
Sr. Presidente: alguns membros do Partido Nacionalista dão-mo a impressão daquelas crianças que uma vez de posse duma boneca só querem ver o que lá está dentro.
Sr. Presidente: destruir é fácil e infelizmente nos arraiais republicanos há muitos destruidores.
Quero o Partido Nacionalista governar em ditadura?
Não seria a primeira vez para alguns dos seus membros.
Fala-se em dissolução.
Querem então a dissolução para aumentarem o partido.
Não apoiados.
Imaginemos que eu ia apresentar a demissão do Gabinete. Estou certo que seriam alguns homens do Partido Nacionalista a enjeitarem a herança e a dizerem: vá lá o Partido Democrático.
Para quê? Preguntariam. Para bem da República? Não! Para se inutilizar.
É quando êsse partido estiver inutilizado, que nós nacionalistas formaremos um grande partido. Custa-me falar assim, mas a verdade é esta.
Muitos apoiados da maioria.
Se eu visse que o Partido Nacionalista tinha condições para subir ao Poder, eu seria o primeiro, como já disse, a facilitar isso, e a aprovar para S. Ex.ªs o que não querem conceder ao meu Govêrno; mas eu já tenho pôsto a questão a pessoas competentes e inteligentes que me têm dito: e para que nos serve agora o Govêrno?!
É assim que eu termino.
Vozes: — Muito bem.
O orador não reviu.
O Sr. Álvaro de Castro (para explicações): — É a primeira vez que nesta Câmara tenho o desprazer de vero Sr. Presidente do Ministério, aliás sempre correcto e amável, sair da sua linha de correcção.
Por excepção pareceu perturbado, e em gestos descompostos e em palavras não menos descompostas se dirigiu à oposição nacionalista que nesta Câmara se pronunciou pela minha bôca e eu, com a correcção devida ao Parlamento, não pronunciei uma palavra, não fiz um gesto que saísse daquilo que reputo como razoável dentro dos meus acanhados recursos intelectuais para ser inteiramente parlamentar.
Não sei porque procedeu assim o Sr. Presidente do Ministério; não foi certamente pelas minhas palavras que, aliás, são palavras pronunciadas em todos os países do mundo, nos Parlamentos de todas as terras que se regem ainda hoje por instituições liberais, em que os Deputados exercem livremente o seu modo de ver e pensar a propósito da maneira como os Ministros desempenham as suas funções.
Com respeito a êste Govêrno, a oposição nacionalista usou para com êle, emquanto mereceu a sua absoluta confiança, todo o País o conhece, uma atitude de co-