O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

17
Sessão de 22 de Outubro de 1923
duciária com os da dívida do Estado ao Banco.
S. Ex.ª cavalgando na fantasia, foi até o ponto do inventar operações para mas atribuir, como se elas alguma vez me tivessem passado pela cabeça. Tranquilize-se S. Ex.ª, que essas operações não as efectuarei.
As minhas palavras filiam-se numa interpretação honesta da lei.
O Poder Executivo encontra-se desde Junho em face dum orçamento acentuadamente deficitário. Longe, porém, de procurar resolver a situação embaraçosa em que ela se debate, o Parlamento, expressamente convocado para êsse fim, não tem feito o mais insignificante esfôrço nesse sentido, adiando sistematicamente as propostas de finanças que estão pendentes da sua apreciação.
Termino, Sr. Presidente, declarando que abranjo nas minhas declarações sôbre as pessoas que fazem parte das categorias que indiquei os Deputados monárquicos.
Sobretudo, não posso deixar de reconhecer a colaboração do Sr. Carvalho da Silva, que tinha direito a que ela fôsse reconhecida.
Termino as minhas considerações fazendo votos para que se discutam breve as propostas de finanças que tam necessárias são para a vida portuguesa.
Tenho dito.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador,. quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
Os àpartes não foram revistos pelos oradores que os fizeram.
O Sr. Jorge Nunes (para interrogar a Mesa): — Eu fiz algumas preguntas ao Sr. Ministro das Finanças sôbre a circulação fiduciária. Como a Câmara sabe, S. Ex.ª respondeu, e vários Srs. Deputados pediram a palavra para explicações, e eu também, porque desejo rebater as afirmações do S. Ex.ª
Como V. Ex.ª não me possa conceder a palavra, peço então que seja consultada a Câmara para tal fim.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente: — Para dar a palavra a V. Ex.ª nessas condições não necessito consultar a Câmara, e dar-lha hei na devida altura.
Tem a palavra o Sr. Ribeiro de Carvalho para explicações.
S. Ex.ª não reviu.
O Sr. Ribeiro de Carvalho (para explicações): — Sr. Presidente: em conformidade com o Regimento, vou ser breve.
Podia até dispensar-me de usar da palavra, porque tanto o. Sr. Ministro das Finanças como o Sr. Presidente do Ministério não se dirigiram, nas suas afirmações, bem claramente ao jornal que dirijo.
Quando falou o Sr. Ministro das Finanças eu estava próximo de S. Ex.ª e ouvi-o falar em campanhas e dos que se servem de palavras impensadas e interpretações erradas.
O Sr. Ministro das Finanças (Velhinho Correia) (interrompendo): — Eu disse «porventura mal interpretadas».
Àpartes.
O Orador: — Palavras impensadas num assunto desta magnitude não podem ser pronunciadas pelos homens da governação pública.
Um Ministro tem de pensar todas as palavras que pronuncia, o muito mais o Sr. Ministro das Finanças, que foi quem originou toda esta balbúrdia feita em volta da circulação fiduciária.
S. Ex.ª chegou até a ponto de dizer ao Sr. Cunha Leal que êle era inexperiente em cousas financeiras.
O Sr. Ministro das Finanças (Velhinho Correia) (interrompendo): — Eu apenas disse que S. Ex.ª cavalgara na fantasia.
O Orador: — S. Ex.ª pode ter cavalgado na fantasia, mas o Sr. Ministro das Finanças fez cousa pior, porque cavalgou na Constituïção.
Àpartes.
V. Ex.ª pode dizer que hoje não há uma nota a mais, mas se eu preguntar...
Vozes: — E o mesmo, não responde.
O Orador: — Se essa situação irregular não tem existido, V. Ex.ª não é capaz de me responder.