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Diário da Câmara dos Deputados
emitir mais 140:000 contos, mas êsses 140:000 contos tiveram uma contra-partida.
Vários àpartes.
O Orador: — Depois foi absorvido o resultado do empréstimo e os 140:000 contos.
À comissão de finanças foi posta com toda a lealdade a questão, mas agora o que aqui se tem dito não me parece muito conveniente para o prestígio das instituições parlamentares.
Sr. Presidente: eu vou direito ao fim: os homens honestos da República deviam unir-se.
Mas, Sr. Presidente, não se quis ver assim, quando, realmente, porque tenho autoridade para isto, pus em relêvo a colaboração do Parlamento, não distinguindo entre os homens da maioria e os da minoria, e congratulando-me como parlamentar por se ter levantado o prestígio do Parlamento, dignificando a República. Ora eu pregunto onde está nas minhas palavras qualquer cousa que se possa julgar como um ataque ao Parlamento!?
Uma vez, e bastante desgosto me deu, bastante me aproximei das camionnettes; numa assemblea fui antagonista do Sr. Álvaro de Castro e do falecido chefe do Partido Popular.
Estivemos em antagonismo profundo, mas para quem resultou o benefício dessa situação?
Foi para o Partido Republicano Português?
Não; foi para um Partido onde está hoje como leader o Sr. Álvaro de Castro. Eu bem sei que se pôs na Constituïção ad odium contra o meu Partido o princípio da dissolução; mas, nessa ocasião, eu não pedi a dissolução para nós, apesar de estar a presidir à situação um democrático.
Posso desmentir absolutamente tudo o que me quiserem imputar nestas condições!
Quando eu me revolto contra certa atitude do Parlamento, estou ainda no meu direito de parlamentar a defender o seu prestígio.
De resto, quem convoca extraordinàriamente o Parlamento para governar com êle é porque ainda confia nele.
Apoiados.
Para dar apoio ao Govêrno ou para o deitar abaixo? Pouco importa; o que era necessário era conseguir os elementos indispensáveis para governar.
Eu pedi ao Sr. Presidente da República a minha demissão no dia 5 de Outubro.
S. Ex.ª não a aceitou, e eu não o quis colocar na situação de logo no dia da sua posse ter de estar a realizar demarches para constituir novo Govêrno.
Dei tempo a S. Ex.ª para que fizesse as consultas necessárias, e no fim delas S. Ex.ª ratificou-me a sua confiança. Eu não ambiciono o Poder, mas também não o deito à rua quando mo confiam, para ser apanhado pelos indesejáveis da opinião pública.
Do resto, o meu Govêrno colocou o nosso País numa situação internacional magnífica e que é digna de elogios para mim e para os meus correligionários. Ainda outras obras realizou o Govêrno que muito o honram.
Eu preferiria, ainda assim, o Parlamento, com todas essas cousas doentias, a uma ditadura, ao arbítrio.
Pois eu não entrei num movimento revolucionário para restabelecer o prestígio do Poder Legislativo?
Com que justiça, pois, me vêm agora acusar, de pretender menosprezar o Parlamento?
Tratarem-me por essa forma, não, Sr. Presidente!
Não, porque, quando pretendessem deminuir-me, deminuiam a figura de um homem que ainda é alguma cousa dentro da República.
Vozes: — Muito bem.
O orador não reviu.
O Sr. Barros Queiroz: — Sr. Presidente: propositadamente não tenho tomado parte no debate que há dias se trava nesta Câmara.
A minha situação especial de presidente da comissão de finanças não me permitia que eu viesse aqui trazer as confidências feitas perante ela pelo Sr. Ministro das finanças.
Mas, desde que o Sr. Presidente do Ministério confirmou há pouco as declarações feitas pelo Ministro à referida comissão, eu não tenho razões que me inibam de di-