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Diário da Câmara dos Deputados
derão então, com toda a oportunidade, ocupar-se das afirmações contidas no relatório em questão.
O orador não reviu.
O Sr. Vitorino Guimarães: — Eu mantenho o meu requerimento.
Apoiados.
Sôbre lições de patriotismo nós podemos responder ao Sr. Presidente do Ministério que a hora que passa não é mais grave do que há oito dias.
Muitos apoiados.
Não votaremos propostas de finanças sem que elas tenham sido previamente submetidas ao exame das respectivas comissões.
Poderemos, quando muito e a exemplo do que há pouco fez o Partido Nacionalista, marcar um prazo certo para essas comissões apresentarem os seus pareceres. Outra cousa, não.
Muitos apoiados.
O Sr. Ministro das Finanças (Cunha Leal): — Tenho a declarar que acatarei integralmente todas as resoluções da Câmara. A Câmara é soberana e resolve.
Se, porém, a Câmara não quiser, na ocasião em que se discutir o relatório, apreciar, simultaneamente, a proposta que tenho a honra de submeter à sua apreciação, indica-me que, pela falta de recursos do Estado, eu tenho de mandar suspender os pagamentos.
Vozes da esquerda: — Ora! Ora!
Sussurro.
O Orador: — E como isso será uma consequência inevitável da deliberação da Câmara, ninguém terá que estranhar que eu cumpra os seus votos.
Muitos apoiados.
O orador não reviu.
O Sr. Carvalho da Silva: — Se bem entendi, o Sr. Vitorino Guimarães requereu uma discussão especial sôbre o relatório ontem apresentado pelo Sr. Presidente do Ministério, tendo o Chefe do Govêrno declarado que seria mais conveniente guardar essa discussão para quando se discutisse a proposta que o Sr. Ministro das Finanças vai apresentar.
Ora ou pregunto a V. Ex.ª, Sr. Presidente, se qualquer votação sôbre o assunto impede a votação da dispensa do Regimento para a discussão dessa proposta.
O Sr. Presidente: — Não, senhor.
O Sr. Fausto de Figueiredo: — Sr. Presidente: sem querer imiscuir-me na contendo política, mas tendo sido um dos trinta e nove Deputados que apresentaram uma moção em relação ao Govêrno do Sr. António Maria da Silva, em que se reconhecia que o Govêrno de S. Ex.ª não correspondia naquele momento às necessidades nacionais, devo a mim próprio a obrigação de apreciar, embora ràpidamente, a actual situação política, emitindo como Deputado independente a minha opinião. E digo como Deputado independente, porquanto alguns colegas meus desta Câmara entendem que é incompreensível a situação de Deputado independente.
Quando os meus eleitores do círculo da Covilhã entenderam dever dar-me procuração para os representar em Cortes eu tomei o compromisso de me manter fiel aos princípios que então defendi.
Foi assim, Sr. Presidente, que durante muito tempo eu entendi, como aliás o entenderam muitos outros Srs. Deputados, dar o meu apoio ao Govêrno do Sr. António Maria da Silva, e fi-lo até o momento em que me convenci de que o Govêrno podia e devia prestar serviços ao País, pois a verdade é que, logo que me convenci do contrário, deixei de lhe dar o meu apoio.
Mas, Sr. Presidente, não fui eu que falando nesta Câmara lhe fiz sentir êsse facto, mas sim também o próprio partido a que S. Ex.ª pertence.
Eu, Sr. Presidente, devo dizer em abono da verdade que gosto de fazer justiça a toda a gente e assim eu não posso, ao referir-mo a S. Ex.ª, deixar de dizer o que sinto e é que o Sr. António Maria da Silva prestou de facto ao País relevantes serviços (Muitos apoiados). S. Ex.ª durante os dois anos que esteve no Govêrno demonstrou-nos uma elevada inteligência e um grande patriotismo.
É absolutamente justo que isto se diga, e a Câmara toda durante êsses dois anos pensou da mesma forma.