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Diário da Câmara dos Deputados
do Govêrno, apesar de todas merecerem a minha consideração, porque as conheço de perto o estou convencido de que, se os meios lhes não faltarem, hão-de levar a cabo a obra que se propõem realizar.
Mas por egual saúdo todos os restantes membros do Govêrno.
Sr. Presidente: falou-se aqui na Câmara, o quem o disse foi o Sr. Sá Pereira, aliás fiel às suas tradições o princípios e coerente com os seus modos de ver anteriores, o que é uma cousa que nem sempre predomina em toda a gente, que o Govêrno não oferecia condições de segurança, porque êle era ultra-conservador, e não sei mesmo se lhe chamou ultra-reaccionário.
Ora eu entendo que o momento não vai nem para Govêrnos conservadores, nem para Govêrnos radicais; o momento vai para medidas urgentes e eficazes que sirvam para pôr cobro à situação aflitiva que o País atravessa, e elas podem ser aplicadas por qualquer Govêrno.
Tenho a certeza absoluta de que os homens que se sentam naquelas cadeiras ou hão-de enveredar por um caminho de medidas daquela natureza, ou então não realizam a obra em que todos nós confiamos.
Sr. Presidente: a declaração ministerial, por lapso certamente, não nos diz uma palavra sôbre a questão social neste país.
Vê-se que a pasta do trabalho foi confiada, aliás muito bem, ao Sr. Pedro Pita, que a sobraça conjuntamente com a pasta do Comércio, mas sôbre a pasta do Trabalho o Govêrno não nos diz uma palavra, e é preciso que o Govêrno, na verdade, pense na questão social em Portugal, não só para a resolver, mas apresentando à Câmara quaisquer medidas que possam contribuir para que a origem do mal social se dissipe, deminua ou desapareça no nosso País.
O Govêrno, nesse capítulo, é omisso, mas não só os serviços de assistência, como outros, precisam de ser encarados pelo Sr. Pedro Pita, e certamente S. Ex.ª terá ensejo de ver que ê]es interessam à sociedade portuguesa, encontrando-se muitas vezes nêle o fulcro de toda a desordem que vai pelo país fora.
Apoiados.
Sr. Presidente: alguma cousa mais poderia dizer se tivesse colorido de frase ou a vaidade de apresentar ideas.
Mas como tal não sucede, limito-me a repetir o que já disse, mantendo-me fiel aos princípios que tracei: aguardo a obra do Govêrno para então me pronunciar acêrca dela, mas porque conheço os seus membros julgo que êles merecem o apoio de todos os bons portugueses.
Apoiados da direita.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Ginestal Machado): — Sr. Presidente: tem de ser as minhas primeiras palavras, palavras de íntimo reconhecimento a todos os ilustres Deputados que se pronunciaram neste debate; acêrca da declaração ministerial.
De todos eu ouvi palavras amáveis e, mais do que isso, palavras excessivas de amabilidade; de muitos dêles palavras amigas que eram de esperar, visto que com muitos íntimas e estreitas relações eu mantenho.
Falaram os meus correligionários, não me podiam ser desagradáveis certamente.
Falaram adversários políticos, da extrema, direita à extrema esquerda, e se em alguns as relações pessoais poderiam ter influído para que pudessem ser sob o ponto de vista pessoal benévolos nas suas apreciações, outros houve com quem tenho apenas relações de cortesia, como sucedo com o Sr. Aires de Ornelas, que, com toda a sua correcção que a Câmara conhece, quiseram também ser amáveis para comigo, e, na extrema esquerda, o meu amigo, e amigo dos que mais estimo, o Sr. Sá Pereira, que hoje não está presente, mas que teve a gentileza de me dizer que o não estaria por motivo de fôrça maior, foi talvez o que ao maior exagero levou as referências que quis fazer ao Presidente do Ministério, filhas apenas, já se vê, da sua boa amizade.
Quanto ao que disseram os meus correligionários, e o primeiro foi o Sr. Álvaro de Castro, não tenho que fazer referências.
Quem no debate político falou em primeiro lugar foi o Sr. José Domingues dos Santos que também quis, pessoalmente, ser de extrema amabilidade para comigo.
S. Ex.ª fez várias anotações à declaração ministerial, fez-lhe várias referências,