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Diário da Câmara dos Deputados
poderia entrar em regime normal. E, nestas condições, eu tratei de dar ao Govêrno os meios necessários para poder contar com uma verba que ainda assim não é tam pequena como isso.
E o que diz a isto o Sr. Velhinho Correia? Notas, notas, mais notas!
Ora eu não posso deixar de esboçar um movimento de admiração pela energia e tenacidade com que o Sr. Velhinho Correia clama contra o aumento de notas, depois do saber que S. Ex.ª foi um dos Ministros das Finanças que aumentaram a circulação fiduciária sem ter para isso qualquer habilitação legal.
Muitos apoiados.
Seria, pois, S. Ex.ª a pessoa mais autorizada para vir aqui gritar contra o aumento de notas?
Muitos apoiados.
O Sr. Velhinho Correia: — Só a Caixa Geral dos Depósitos sacou, durante o tempo em que fui Ministro das finanças, mais de 1. 000$ por dia.
O Orador: — Mas, Sr. Presidente, eu não acuso ninguém; e assim não acuso o Sr. Velhinho Correia como responsável pela situação em que nos encontramos, pois que isso seria uma injustiça da minha parte.
O que eu não posso, Sr. Presidente, deixar de estranhar é a atitude de S. Ex.ª sôbre o assunto, pois a verdade é que se não compreende que S. Ex.ª, tendo aumentado a circulação fiduciária, se venha revoltar contra o actual estado de cousas, tanto mais quanto é certo que, se ali estivesse naquelas cadeiras, a fôrça das circunstâncias o obrigariam a proceder de forma idêntica à do actual Govêrno.
O que eu não posso também deixar de estranhar, Sr. presidente, é que se tivesse protegido a alta indústria e a alta finança, pois a verdade é que só ao Banco Nacional Ultramarino foi entregue uma avultada importância.
Apoiados.
Não discuto agora se houve ou não razão para fazer entrega dessa importância ao Banco Nacional Ultramarino, pois que isso é um assunto a apurar mais tarde.
Interrupção do Sr. Velhinho Correia que se não ouviu.
O Orador: — O que na verdade é para lamentar, Sr. Presidente, é que o Sr. Velhinho Correia, quando se fala sôbre um determinado assunto, responda sôbre outros.
Nesta altura trocam-se vários àpartes que não foi possível reproduzir.
O Orador: — Eu, Sr. Presidente, devo dizer em abono da verdade que sou absolutamente contrário a esto regime em que se está vivendo, isto é, de se porem em destaque os homens públicos.
Sou absolutamente contrário, repito, Sr. Presidente, a esta situação grave, gravíssima até; do regime da pedrada, desculpem-mo o termo.
O Sr. Moura Pinto: — Mas para que êsse regime acabe, necessário é que o pobre se não revolte contra a esmola.
O Orador: — É um péssimo sistema êsse, repito, com o qual não posso de maneira nenhuma concordar.
Esta é a minha opinião pessoal.
Não luto senão pela cansa do Estado.
Disse o Sr. Velhinho Correia que havemos todos de ir para a história.
Mas tenho a certeza de que não vou para a história pelos mesmos motivos por que S. Ex.ª irá.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente: — Interrompo a sessão até às 21 horas e 30 minutos.
Eram 19 horas e 30 minutos.
O Sr. Presidente: — Está reaberta a sessão.
Eram 22 horas.
O Sr. Carlos Pereira: — Sr. Presidente: as considerações que fiz acêrca da proposta mandada para a Mesa pelo ilustre Deputado Sr. António da Fonseca, fi-las no tom e pela forma por que o meu patriotismo entendeu.
Não procurei a fácil eloquência dos tropos do patriotismo a que se referiu o Sr. Ministro dos Estrangeiros, ensinando-nos que só a serenidade deveria presidir a esta discussão.
Sr. Presidente: eu fui o mais sereno que se pode ser, limitando-me a apresen-