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Sessão de 26 e 27 de Novembro de 1923
Terminando, peço a V. Ex.ª que consulte a Câmara se permito que ou retiro a minha proposta pelos motivos que já tive a honra de expor a V. Ex.ª e à Câmara.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente: — Não há dúvida que o que se tem estado a fazer é discutir a proposta de V. Ex.ª, mas eu agora tenho que dar a palavra a outros Srs. Deputados que a pediram nas mesmas condições.
O Sr. Domingos Pereira (sôbre o modo de votar): — Sr. Presidente: agradeço ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros as palavras de homenagem que S. Ex.ª num requinte de amabilidade quis dirigir-me; e agradeço também a S. Ex.ª as palavras de justiça com que se referiu à minha atitude durante o tempo em que sobracei a pasta dos Negócios Estrangeiros e designadamente em relação ao assunto, trazido ao debate, do problema das reparações.
De resto, as palavras de S. Ex.ª são tanto mais para agradecer quanto é certo que informações, porventura originadas num equivoco, tinham chegado até mim, dando-me a entender que na sessão desta tarde o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros tinha feito referências à minha acção...
O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Júlio Dantas): — Absolutamente nenhumas.
O Orador: —...como Ministro dos Negócios Estrangeiros, por modo a colocar-me perante o País como um criminoso que não tinha sabido defender os interêsses do Estado perante o estrangeiro.
Não suponho o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros capaz de o fazer; e assim é que, a despeito dessas informações, entrei nesta sala o não mo deixei arrebatar por qualquer impulso para dizer o que fiz, não para glória minha, mas para dizer que quando os interêsses do País estão à minha guarda os sei defender com zêlo.
É por isso que as palavras do S. Ex.ª são ainda mais para agradecer, porque desfazem em certos espíritos alguns equívocos.
Apoiados.
Mas nem todos são da opinião do Sr. Ministro dos Estrangeiros; e assim é que emquanto falava o Sr. Vasco Borges, supondo-se porventura que S. Ex.ª tinha abdicado da sua personalidade, para não dizer livremente aquilo que entende, parece ter-se entendido que S. Ex.ª em vez de ter agido assim livremente tinha recebido de mim qualquer indicação para falar.
O Sr. Vasco Borges: — Nem tinha trocado com V. Ex.ª qualquer palavra a êste respeito.
O Orador: — Mas ao discurso de S. Ex.ª foram feitos alguns àpartes para se dar a entender que a mim cabia a responsabilidade de se não ter tomado resoluções sôbre a questão.
Nunca na minha vida fiz política dessa ordem.
Estive à frente do Ministério dos Estrangeiros quási um ano e nunca atribuí a quaisquer adversários políticos meus, que me tivessem antecedido na gerência dessa pasta, quaisquer responsabilidades para diluir as minhas, ou fugir ás minhas.
Apoiados.
Nesta matéria não é lícito a ninguém fazer política partidária.
Apoiados.
De mais tem sofrido o País com tanta política partidária.
Apoiados.
Se nós dentro desta sala começamos por dar o mau exemplo, se vamos fazer uma política que nos vai dividir em vez de nos juntarmos como um só homem, então mal vai a todos nós.
A política de reparações tem de ser apreciada por nós todos, parlamentares das duas casas do Parlamento, que somos os legítimos representantes da Nação.
O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, de quem sou adversário político, mas a quem presto todas as homenagens pelas altas qualidades do S. Ex.ª, sabe que lhe darei a minha colaboração insignificante (não apoiados), a fim do S. Ex.ª chegar a bom termo nas negociações em que está empenhado como Ministro.
Essa comunicação, que devia ter sido feita textualmente à Comissão de Reparações, foi ao mesmo tempo transmitida a todos os Govêrnos aliados a quem podia