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Diário da Câmara dos Deputados
o meu voto em relação a êste assunto impedem-me, visto ser uma cousa sobrescritada, do lho conceder.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Francisco Cruz: — Sr. Presidente: como muito bem disse o Sr. Nuno Simões, a responsabilidade não é da emprêsa, que se encontrou num dado momento com um Ministro do Comércio e Comunicações...
Interrupção do Sr. João Camoesas, que não pode ser ouvida.
O Orador: — Os argumentos que S. Ex.ª apresentou não colhem. São meras palavras.
Eu nunca visitei essa emprêsa; mas por pessoas da maior respeitabilidade sei que é uma das maiores emprêsas da península.
Essa emprêsa tem empregado todos os esfôrços para o seu desenvolvimento e nem todos os homens em Portugal, pertencendo a várias emprêsas, têm procurado alcançar um tal progresso.
Interrupção do Sr. João Camoesas.
Àpartes.
O Orador: — Em Portugal não se procura desenvolver as indústrias.
Os próprios caminhos de feiro estão atrofiados.
Não se desenvolvendo as indústrias, onde há-de o Estado ir buscar as suas contribuições e impostos?
Onde há-de ir buscar os seus rendimentos?
Àpartes.
Se não fôsse o respeito que devo a esta casa, eu diria que, em presença de factos e palavras que aqui ouço pronunciar, julgaria não estar numa casa onde se fazem leis e se tem de defender os interêsses do País.
Àpartes.
Digo isto por que me dói a alma, como português que sou, por ver que não trabalhamos para os grandes melhoramentos, progresso e bem-estar do País.
Entristece-me ver tomar atitudes como esta. contra iniciativas que concorrem para o engrandecimento do País.
A nossa consciência deve dizer-nos que devemos favorecer todos os empreendimentos que representem progresso, e que devemos trabalhar para fazer uma obra útil.
Não voltarei mais a êste assunto; porque o modo como são tratados os assuntos que se relacionam com o progresso da Nação dá vontade de sair por aquela porta para esperar que venham melhores dias para o País.
Àpartes.
O orador não reviu.
O Sr. João Camoesas: — Sr. Presidente: apresentei as minhas considerações em termos que não deminuíam o prestígio desta Câmara. Não fiz observações que pudessem amesquinhar os pontos de vista. pessoais; e, assim, considero descabidas as considerações do Sr. Francisco Cruz quando, pretendendo analisar as minhas. palavras, disse que ouvia uma linguagem que não parecia de um Parlamento.
Àpartes.
O Sr. Francisco Eu não quis amesquinhar as considerações de V. Ex.ª
Àpartes.
O Orador: — Agradeço a explicação, que me satisfaz.
Todas as minhas considerações são motivadas por entender que não se deve nesta Câmara apresentar matéria de deminuïção de receita, quando estamos a tratar da compressão das nossas despesas.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Ministro das Finanças (Cunha Leal): — Sr. Presidente: a situação a que se refere o projecto em discussão foi criada pelos representantes dos partidos, que,, parece, a julgaram de absoluta razão.
Ante a legislação fiscal, eu, como Ministro, não podia arcar com as respectivas responsabilidades; e, então, pus a questão na devida situação.
Parece-me que não fica mal ao Estado garantir um certo prazo de pagamento a essa emprêsa.
Eu entendo que o projecto do Sr. Francisco Cruz não corresponde a permitir um semelhante estado de cousas por mais de seis meses, que considero bastante tempo.
Entendo que é exagerado o prazo que marca o Sr. Francisco Cruz; e nestas