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Diário da Câmara dos Deputados
desempenhá-lo. Foi assim que a questão me foi posta e, nestas circunstâncias, o Partido Nacionalista pode contar com a minha lealdade como se fôsse um dos seus mais leais partidários.
O outro ponto em que Sr Ex.ª tocou foi o que diz respeito à evasão dos presos da Torre de S. Julião da Barra. Efectivamente, eu entendi necessário, para bem do País e da disciplina militar, mostrar o cuidado e interêsse que houve em todo o pessoal do Campo Entrincheirado em cumprir todas as ordens para evitar a repetição dêsse infeliz acontecimento.
Eu já disse à Câmara que não havia possibilidade de evitar uma cousa que não se podia prever. Mas aproveito a ocasião para prestar as minhas homenagens ao Sr. governador do Campo Entrincheirado, que é um oficial que me merece toda a confiança e consideração.
Apoiados.
Outro ponto em que S. Ex.ª tocou é o que diz respeito ao coronel Sr. Ferreira Martins. Esto ponto é que é para mim muito agradável. Eu não tenho palavras para fazer o retraio dêsse ilustre oficial como S. Ex.ª o fez; limito-me, portanto, a aceitar as de S. Ex.ª de todo o coração, porque conheço o coronel Ferreira Martins desde rapaz, quando éramos alunos do Colégio Militar, o tenho sempre mantido contacto com êle pela vida fora, vendo que S. Ex.ª sempre se tem mantido num campo de honestidade e trabalho digno de nota, sendo um dos oficiais mais ilustres do nosso exército.
Apoiados.
V. Ex.ª, Sr. Presidente, pode imaginar as circunstâncias em que me encontrei quando fui para o Ministério da Guerra e encontrei um requerimento do coronel Ferreira Martins pedindo a demissão de oficial do exército. Chamei S. Ex.ª e declarei-lhe que todos os Ministros da Guerra podiam dar-lhe a demissão menos eu, porque conheço muito bem as suas altas qualidades sob todos os aspectos.
S. Ex.ª apresentou vários argumentos contra à minha opinião, mas êles não me convenceram, o então lancei no sou requerimento, que tenho presente, o seguinte despacho:
«Indeferido tendo em vista os relevantes serviços prestados pelo requerente ao exército, a confiança que sempre tem merecido dos Govêrnos da República, pela lealdade demonstrada ao serviço das suas instituições e a dedicação com que tem servido a Pátria, razões estas mais que bastantes para que o exército deva continuar a contar com a sua competência nunca desmentida.
28 de Novembro de 1923. — Carmona».
Com franqueza eu não soube escrever melhor, mas com estas ou outras palavras eu desejava mostrar as grandíssimas qualidades que reconheço nesse oficial.
Apoiados.
Mas o Sr. Pires Monteiro preguntou porque foi que êste requerimento apareceu no Ministério da Guerra. S. Ex.ª já o explicou, mas acho necessário frisar melhor essa explicação.
O coronel Sr. Ferreira Martins, tendo sido criado o lugar de chefe dos serviços militares da província, de Macau, ofereceu-se, pelas vias competentes, para o ir testempenhar, mas o seu requerimento obteve o seguinte despacho que vou ler à Câmara;
«Mandado arquivar por o lugar requerido estar preenchido».
Ora o Sr. Ferreira Martins garantiu-me que tem razões para supor que na ocasião em que fez o seu requerimento ainda não havia ninguém nomeado, e foi daí que veio naturalmente a sua mágoa por ver que assim se tinha pôsto de parte, talvez por desconhecimento, a sua brilhante folha de serviços.
E êste o facto, que não critico e simplesmente apresento à Câmara. Agradeço, porém, ao Sr. Pires Monteiro o ter tocado neste ponto para mais uma vez poder manifestar a minha simpatia pelas altas qualidades dêsse militar.
Outro ponto em que o Sr. Pires Monteiro tocou, e ao qual posso felizmente já dar uma resposta satisfatória, é o que se refere aquela verba do 840 contos destinada ao arranjo de certas viaturas desnecessárias para o Exército, mas que devidamente consertadas podiam depois de vendidas produzir um lucro grande para o Estado. A verba foi autorizada, mas S. Ex.ª estranhou que ela fôsse dada em duodécimos.