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Diário da Câmara dos Deputados
ilusões sôbre o acto do guerra que êle estava praticando, levou a sua impetuosidade, digamos, até ao ponto de me acusar do protector do batoteiros
Está bem. Ensinaram-me na gramática latina que «nos termos em que se faz a pregunta, e que só dá a resposta», e assim era justo que eu, descendo ao terrapleno para onde S. Ex.ª me chamou lhe respondesse com outro caso, mas quero guardar a necessária serenidade, quero manter-me quanto possível no campo, dos factos, sem deixar, porém, de sublinhar com os necessários comentários algumas das afirmações de S. Ex.ª
O Sr. Rodrigues Gaspar, a propósito do actos que praticou e de outros que S. Ex.ª imagina que pratiquei ou deixei de praticar, foi robuscar e remexer toda essa verrina, ou todas essas acusações vagas, infundadas, a maior parte delas caluniosas (apoiados das direitas e não apoiados das esquerdas) que surgem da intriga que floresce exuberantemente nas possessões ultramarinas.
Também já estivo nas colónias o também, já vi como essa vegetação cresço exuberante, o conheço também, embora não os provasse, os fructos amargos que da dá. Foi pena que S. Ex.ª, fazendo-mo uma interpolação não anunciada, viesse aqui desfiar um rol de acontecimentos a que eu felizmente posso responder porque, conhecendo certos processos, tive o cuidado de me acautelar.
Sr. Presidente: fez S. Ex.ª comentários acompanhados por várias pessoas com gargalhadas, e disse que em dois anos tinha moralizado o que eu em quinze dias desmoralizara.
O que admira é que S. Ex.ª nesses dois anos não castigasse.
Apoiados.
O Sr. João Camoesas: — A opinião pública é que há-de fazer justiça.
Vários àpartes.
O Orador: — O Sr. Rodrigues Gaspar acusou-me e eu tenho o direito de me defender, ruas peço o favor de me deixarem falar.
Vários por ordem para não fazer conclusão.
Certas pessoas dotadas de grande habilidade parlamentar têm o costume de diluir, do emmaranhar os factos capitais, para formularem hipóteses e darem um aspecto muito diferente ao caso e desvirtuarem os factos.
Ora não fui eu que vim para a praçae pública, nem para a tribuna apontar factos que decerto modo oram desprimorosos e colocavam mal o Sr. Rodrigues Gaspar; S. Ex.ª não me merecia isso, o Sr. Rodrigues Gaspar não era Ministro das Colónias no dia 16, a não ser que houvesse dois Ministros das Colónias.
O Sr. Rodrigues Gaspar até ao dia 15 podia praticar todos os actos como Poder Executivo, isto até às 5 horas, mas depois não o podia fazer.
Apoiados.
Haverá um meio fácil de remediar o caso: S. Ex.ª dava-me couta do lapso, chamemos-lhe assim.
Chamemos lapso para não dizer outra cousa.
vá. Ex.ª podia-me ter referido o facto, o então o processo honesto seria eu fazer o decreto o levá-lo ao Sr. Presidente da República para assinar.
Teria sido um desprimor, uma precipitação, mas foi um facto.
Mas repito que não tive o propósito sôbre esta questão de fazer alarme, e quis apenas informar-me do que só tinha passado.
Quanto ao facto apenas tirei conclusões, e não fui eu que o analisei aqui.
Cabe a glória à pessoa que me interpelou.
Há uma cousa curiosa que já ontem notei no Senado: é que em questões de moralidade não têm os membros do Partido Democrático o devido respeito e consideração para com os seus adversários, exigindo, porém, que tenham para com êles todas as deferências.
Sôbre o assunto fez o Sr. Rodrigues Gaspar algumas considerações referindo factos que devem ser verdadeiros porque S. Ex.ª o disse, mas que não tenho meio de verificar.
Os factos que se passaram, e que eu conheço, são da maior simplicidade como a Câmara vai ver.
No dia 16 do mês passado, sendo eu Ministro das Colónias, um funcionário do meu Ministério foi ao gabinete ministerial e emendou um decreto que tinha já a assinatura de S. Ex.ª o Chefe do Estado,