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Sessão de 21 de Dezembro de 1923
tuação: é um caminho de ferro encravado. Preguntei à União Sul-Africana quando fazia o complemento dêsse caminho de ferro e de lá responderam que nunca tinham pensado nisso.
Êste é um pequeno detalhe para se ver a necessidade que há de se saber a aplicação que se vai dar ao produto do empréstimo.
Eu quero toda a liberdade para a província, tanto mais que não estou lá (Risos), mas é preciso atender a todas estas cousas.
Eu também poderia ter conseguido um empréstimo de 18 milhões que me ofereceram, mas nunca o quis, porque me pediam o pôrto e o caminho de ferro.
Apoiados.
E talvez mais uma cousa de que me podem acusar!
Há também o caminho de ferro de Quelimane, com o qual se dá êste caso curioso: um caminho de ferro que devia estar pronto há mais de 20 anos, masque ainda não pasmou da mesma.
O Sr. Alto Comissário vai também encontrar o caminho de ferro de Moçambique que não tem tido função económica nenhuma. Para cúmulo, êste caminho de ferro atravessa um rio, que é disparatado, como todos os rios africanos e como todas as pessoas da província (Risos) e por isso tem uma ponto que por sinal é muito bem construída.
Vão empregar êsse empréstimo em caminhos de ferro que não têm nenhuma função económica, pois passa por terras _ numa extensão de 96 quilómetros que não estão agricultadas!
O caminho de ferro de Vila Nova de Gaza — antigo Chai-Chai — é um caminho de ferro que não transporta nada!
Nem pretos transporta, pois a companhia prefere trazer os pretos a pé!
E um caminho de ferro que nada tem que o recomendo a não ser o nome que eu mudei: de Chai-Chai para Gaza.
O Sr. Aires de Ornelas (em àparte): — Não apoiado!
O Orador: — V. Ex.ª teve um alto papel em Moçambique e deve saber a razão por que lhe chamaram Chai-Chai.
Chai-Chai era um pretalhão com quem V. Ex.ª teve questões e que à nossa soberania muito mal fez e ou que julguei um grande êrro a supressão do distrito de Gaza, dei a êsse território o nome de Gaza.
Trocam-se àpartes.
Se há distrito onde se deva gastar dinheiro com a sua ocupação é exactamente o distrito de Gaza, e, no entretanto, por motivo de economia, deixa-se ficar a cidade completamente abandonada.
Quando fui nomeado Alto Comissário, pensei, desde logo, que um dos primeiros actos da minha vida governativa deveria ser o de ajustar as contas entre a província e a metrópole.
Se a província devesse à metrópole, eu empregaria todos os meus esforços para que ela pagasse. Se, ao contrário, fôsse a metrópole que devesse à província eu procuraria dar-lhe todas as facilidades do pagamento.
Porêm, por maiores que tivessem sido os meus desejos, nunca consegui realizar êsse ajuste de contas, porque, a Avaliar pelos elementos de informação existentes nos arquivos da província, a metrópole deve à colónia cêrca de 4:000. 000$ emquanto os financeiros do Ministério das Colónias sustentam que é a província de Moçambique que deve à metrópole quantia aproximadamente igual.
Sr. Presidente: as obras com os caminhos de ferro e pôrto têm consumido o melhor das receitas da província.
Houve necessidade de um rebocador de alto mar? Foi adquirido.
Julgou-se indispensável a aquisição de uma draga para o desassoreamento do pôrto? Adquiriu-se uma draga, porque uma outra, que havia sido encomendada em 1914 e que vinha a caminho de Lourenço Marques, foi requisitada pelo Govêrno Alemão quando já se encontrava em Amsterdão.
Eram necessários guindastos? Adquiriam-se guindastes.
O que falta então? Tráfego, mas êsse só nos pode ser dado pela União Sul-Africana.
Para que vamos, pois, fazer mais despesas?
Com o conhecimento directo da província que me foi dado pelo exercício das funções de seu Alto Comissário, eu julgo do meu dever apontar estes factos ao meu sucessor.
De modo que V. Ex.ª, Sr. Presidente,