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Sessão de 21 de Dezembro de 1923
eu creio que está tudo quanto devemos pensar em realizar em Moçambique com toda a urgência.
Sr. Presidente: uma cousa que sempre me preocupou foram os meios de transporte nas nossas colónias. Não podemos cuidar de fazer uma colonização intensiva em qualquer ponto sem assegurar os meios de comunicação.
Temos por conseqüência de começar, o sob o ponto de vista simplesmente da valorização do solo, temos de começar, e quanto antes, por dotar a província com os meios necessários de transporte e muito principalmente com aquelas linhas de penetração que são indispensáveis. Há-de ser em conseqüência do estabelecimento dessas vias de comunicação que havemos de ir valorizando o terreno, que havemos de ir chegando aos planaltos onde se poderá estabelecer a colonização europeia que considero de primeira ordem, o como primeiro objectivo principalmente na província de Moçambique.
Creio que aqueles que conhecem o assunto vêem bem onde quero chegar com esta insistência de colonização europeia que não se poderá obter, como disse, senão depois das comunicações estabelecidas para os planaltos.
É necessário que fujamos a esta ilusão em que temos andado de mandar em cada paquete vários colonos que, com franquesa, nada vão colonizar, porque na maior parte nada valem como elementos de trabalho; do que precisamos é de enviar para lá colonos que levem suas famílias.
Uma das acusações que nos fazem é de nós não termos estabilidade governativa na metrópole e nas colónias e de não existir um plano de fomento.
Era face disto é necessário que mantenhamos a situação e a posição que de direito nos compete nas colónias. Em vez de discursos devemos actuar ràpidamente.
 Comissão de colónias, ao contrário do que aqui se disse, mio foi submetida outra cousa diferente dó projecto que está em discussão.
Se há alterações, essas podem ser introduzidas quando se discutir na especialidade mas não discutindo apenas minutas de contratos!
Estou convencido de que a província não iria fazer um empréstimo que fôsse ruïnoso para a sua economia.
A proposta que foi apresentada nesta Câmara foi — pode dizer-se — decalcada sôbre a proposta aprovada pelo Parlamento relativa ao empréstimo para a província de Angola. Creio mesmo que alguns dos seus artigos são cópia ipsis verbis do que está estatuído nessa lei.
Por conseqüência, as dúvidas que agora se levantam só podem ser filhas do resultado da sua aplicação em Angola.
O Sr. Norton de Matos: — Nesta proposta fala-se em receitas gerais; o adjectivo é duma grande importância.
O Orador: — E possível que assim seja e digo é possível porque não fui eu o autor da proposta.
Quanto à questão há pouco suscitada pelo Sr. Norton de Matos relativa, à responsabilidade da metrópole, creio que ela não é essencial e creio que não é essencial em face da base 92.ª da organização das colónias.
O Sr. Nuno Simões: — V. Ex.ª certamente tem as mesmas intenções que eu.
Concordo que sem empréstimo nada se faz. Simplesmente desejo que êsse empréstimo seja o melhor possível.
O Orador: — Sr. Presidente: a hora vai adiantada e eu não desejo cansar por mais tempo a atenção da Câmara.
Termino convencido de que durante o debate já travado nenhuma objecção se produziu que tivesse demonstrado a inconveniência ou inutilidade da proposta em discussão, naturalmente porque todos sentem como eu a necessidade do desenvolver a província de Moçambique.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente: — Interrompo a sessão para prosseguir às 21 horas o 30 minutos, sendo o primeiro orador a usar da palavra o Sr. Cunha Leal.
Está interrompida a sessão.
Eram 19 horas e 35 minutos.
As 22 horas e 25 minutos é reaberta a sessão.
O Sr. Cunha leal (para explicações): — Sr. Presidente: pedi a palavra para explicações quando o Sr. Rodrigues Gaspar