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12 Diário da Câmara dos Deputados

O Orador: — Eu estou a referir o que veio na Capital, mas não disse que isso era verdadeiro. O que sei, contudo, é que essa afirmação não se refere ao Sr. Cunha Leal, e que se alguém tem de levantar essa afirmação é o Sr. Ginestal Machado e não no Parlamento, mas no próprio jornal.

Mas o negócio urgente foi rejeitado, e por isso não me quero alongar em considerações; digo, apenas, que não acho esta ocasião a mais própria para vir levantar no Parlamento tudo o que os jornais dizem.

Apoiados.

Tenho dito.

O orador não reviu, nem os Srs. Cunha Leal e Pedro Pita fizeram a revisão dos seus a «ápartes«.

O Sr. Américo Olavo: — Sr. Presidente: pedi a palavra para explicar por parte da Junta Parlamentar de Acção Republicana que não houve o mínimo propósito, na nossa maneira de votar, do cortar os direitos de defesa ao Sr. Cunha Leal, mas apenas o entendimento de que, se S. Exa. foi agravado nos jornais, é lá que se deve defender.

Uma voz da direita: — Quais jornais?

O Orador: — Eu faço justiça à imprensa do meu País para não acreditar que todos os jornais estejam enfeudados a fim de fazerem uma campanha contra o Sr. Cunha Leal; mas se S. Exa. entende que não é êsse o meio de se defender, tem S. Exa. o recurso para os tribunais.

A Junta Parlamentar de Acção Republicana o que não deixa é de testemunhar ao Sr. Cunha Leal o seu respeito e consideração, mas entende que o Parlamento não é lugar próprio para os parlamentares se defenderem das acusações que os jornais lhes fazem.

Apoiados da maioria.

O Sr. Cunha Leal: — Sempre o local próprio para levantar estas questões foi aqui.

Apoiados.

Tudo que respeita ao País, aos partidos da República e ao nome dos homens públicos é aqui que se deve tratar.

Apoiados.

E aqui que devemos defender-nos das calúnias infames que vêm nos jornais aos políticos.

Pedi a palavra para explicações para dizer que não acho, em minha consciência o digo, que fique bem repetir aqui uma calúnia que um jornal levantou, procurando atingir o Sr. Ginestal Machado.

Apoiados.

Em nome de todo o Govêrno presidido por S. Exa. o Sr. Ginestal Machado, afirmo que a acusação é uma calúnia.

Interrupção do Sr. Agatão Lança.

O Orador: — Sr. Presidente: garanto que êste assunto não ficaria esclarecido se não tivesse protestado, dizendo que estive presente a todas as conversações do Sr. Ginestal Machado, e que não admitiria a quem quer que fôsse que tivesse proferido essas palavras, sem quê o tivesse agarrado pela gola do casaco e pôsto fora da sala.

Não haverá nenhum oficial do exército que ponha o seu nome por baixo dessas calúnias; nenhum oficial do exército que tenha um nome honrado poderá subscrever as tais afirmações a que S. Exa. se referiu.

Interrupção do Sr. Agatão Lança.

O Orador: — Desafio qualquer oficial do exército, que não seja de nome sujo, a que o faça, que ponha por baixo dessas afirmações o seu nome.

Fica aqui o desmentido categórico a essas palavras.

Apoiados.

O orador não reviu.

O Sr. Lelo Portela: — Requeiro a V. Exa. seja consultada a Câmara para que se abra uma inscrição especial sôbre as afirmações feitas aqui pelo Sr. Agatão Lança acerca da atitude do Govêrno do Sr. Ginestal Machado.

Vozes: — Muito bem!

O orador não reviu.

O Sr. Agatão Lança: — Sr. Presidente: desejo chamar a atenção de S. Exa. o ilustre Deputado Sr. Lelo Portela sôbre o que me atribui. S. Exa. não tem o direito de estar a fingir que não ouviu as minhas