O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 26 de Fevereiro de 1924 13

Portanto, só neste ano aparece uma diferença para menos, uma importância de 12 contos, números redondos, entre a verba indicada por mim e a que íoi citada pelo Sr. Norton de Matos.

Acredita alguém que a despesa de propaganda e publicidade, durante os outros anos, tenha sido unicamente da importância de 12 contos? E note-se que há a contar com a verba gasta na aquisição do tal Anuário de Angola, que, segundo me consta, foi feita na agencia num total de mil exemplares, e ainda com o subsídio dado à Revista de Angola.

Uni dêstes documentos têm a nota de serem confidenciais; outros não a tem. Em geral êstes são de muito menor importância do que os primeiros.

Um que se refere ao mês de Janeiro de 1922 — êste não tem a nota de confidencial.

Eu tenho aqui um recibo assinado pelo administrador de O Século na importância de 3 contos, recibo que não está inscrito nesta verba. O que prova isto?
Porque não se inscreveu nesta verba? Isto prova que há duas contabilidades: uma secreta e outra que o não é!

Apoiados.

Tem o Sr. Alto Comissário conhecimento disto? Se não tem, mande proceder, porque é vilmente enganado!

Na conta secreta devem entrar todos os documentos que tenham o carimbo de «conta secreta», ou então «que tem de ser presente ao Sr. Alto Comissário», e todos os outros documentos é que são escriturados na contabilidade oficial. Só assim se explica que toda a despesa com imprensa e propaganda importasse apenas em 12 contos!

Apoiados.

Não faço nenhuma acusação ao encarregado dos serviços de contabilidade da Agência Geral de Angola, que eu não sei quem é, embora recebesse dele um telegrama em que só mostrava muito magoado com as minhas considerações.

Não o acuso porque pode fazer a escrita só com os documentos que devem nela figurar e haver um saco azul, porque eu sustento que há contas secretas e confidenciais que se ocultam.

O Sr. Norton de Matos (interrompendo): — Se existem, não? tenho conheci-

mento delas, mas estou convencido que não existem!

O que eu tenho presente é uma conta de cinco contos, que foi inscrita em Janeiro, mas eu vou informar-me.

O Orador: — Eu não estou a acusar ninguém, mas a manifestar factos que, como Deputado, não posso ocultar ao País.

Não há forma nenhuma de impedir que se vote a minha moção, porque quando a mandei para a Mesa eu sabia que tinha de ser votada.

O Sr. Amaral Reis (àparte).— Essa agora então a gente está aqui às ordens do Sr. Cunha Leal?

O Orador: — Não quero ter tam ilustres servidores, mas em minha consciência eu creio que depois de se ter provado que existiam irregularidades, nenhum Sr. Deputado poderá recusar o seu voto à minha moção.

O Sr. Norton de Matos (interrompendo): — Se houve irregularidades, eu reprimi-as.

É crime o que fiz? As desposas com jornais no primeiro ano foi de 70 contos, o depois foi menos; e desde que eu cheguei à Metrópole não se gastou mais nada com jornais.

É isto um crime? Eu falo com to ia a lealdade.

O Orador: — E eu com toda a sinceridade.

V. Exa. não teria por mim o respeito que me é devido se eu ocultasse determinados factos!

Vou agora referir-me ao caso do África.

Existe na minha posse uma minuta em papel do Alto Comissariado — creio que com a letra, do Alto Comissário — que tem grande semelhança com o artigo publicado na revista África.

Tenho aqui a tradução e o original.

Duas hipóteses eram possíveis para êste caso.

Ou o texto inglês era a tradução do português — hipótese que eu formulei — ou o texto português era a tradução do