O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

18 Diário da Câmara dos Deputados

£para que é esta pressa na transferência do depósito de degradados de Loanda para Cabo Verde?

Para que se vão gastar tantas dezenas de contos? Parece que são inesgotáveis os recursos da colónia. Não seria mais prudente uma política de economia? Parece-me que sim, mas já o mesmo não pensa o Sr. Norton de Matos nem pensa a Câmara dos Deputados.

Referiu-se ainda S. Exa. às minhas considerações acerca do Congresso de Medicina Tropical. Não estarão certos os meus números, mas são verdadeiras as afirmações que eu fiz, porque não sei o número de dias que se demora o vapor transporte na província, mas fazendo um cálculo de probabilidade, devia ter-se demorado uns cinqüenta dias.

Ora 70 dias a 30 contos por dia dá 2:100 contos.

Veja a Câmara como eu andava fora da realidade ao indicar a verba de 4:000 contos.

Diz o Sr. Norton de Matos: e os benefícios colhidos?

Eu não contesto que se tenham colhido largos benefícios, como não contestaria os largos benefícios que para Portugal adviriam só a Europa viesse ver o estado das nossas estradas, dos nossos caminhos de ferro e das nossas misericórdias.

Simplesmente o que eu contesto é que o dispêndio de tais visitas compense os benefícios colhidos. O Sr. Norton de Matos, todavia, dá êsses 4:000 contos por muito bem empregados. É natural adentro do seu critério de ostentações e de grandezas.

Achou o Sr. Norton de Matos que a Agência estava mal instalada, não obstante possuir dez ou doze casas; e então comprou-se por 970 contos uma outra casa em que for*^ feitas as mais luxosas obras, cujas verbas eu já tive ocasião de apresentar devidamente fundamentadas.

O Sr. Norton de Matos respondeu a isto que todas essas Despesas obedeciam a uma necessidade.

Também nós tínhamos necessidade de vestir e calçar os soldados chamados às fileiras, de consertar as estradas e de melhorar os caminhos de ferro.

Todavia, os soldados andam rotos e descalços, as estradas estão intransitáveis

e os caminhos de ferro são o que nós sabemos.

Apoiados.

Abordou depois o Sr. Norton de Matos a questão dos orçamentos de Angola.

Disse que êles não eram bons, que o não satisfaziam, o que se devia naturalmente atribuir à falta de pessoal. S. Exa. disse mais que havia dois orçamentos, um global e outro discriminado, e que todas as apreciações deviam ser feitas em relação ao primeiro e não ao segundo.

Tudo quanto a tal respeito posso dizer é o seguinte:

As previsões relativas às receitas e que o Sr. Norton de Matos diz terem correspondido a factos reais, não as posso eu controlar.

Em todo o caso devo dizer que compreendo alguns dos aumentos de receita apontados.

Sabe a Câmara que de tal forma tem sido exagerado o aumento de tarifas de caminho de ferro que no Lubango, por exemplo, já ressuscitou o Arelho carro bôer por mais económico.

O que eu não posso de forma alguma compreender é a concepção que o Sr. Norton de Matos faz do orçamento das despesas.

Disse S. Exa. em resposta aos números que apontei que as verbas para subvenções e subsídios eventuais seriam insuficientes se todos os lugares dos quadros estivessem preenchidos.

Mas como não estão, os números não devem ser êsses. O curioso é que S. Exa. não se expressou da mesma forma em relação aos vencimentos de categoria e de exercícios.

De resto, todas as verbas votadas são insuficientes; mas, emfim, V. Exas., que já leram os números que eu tive ocasião de publicar. Comparem as minhas afirmações com as do Sr. Norton de Matos, e tirem as conclusões que entenderem.

O Sr. Alto Comissário fez um empréstimo interno de 144:000 contos e um externo de 16:500 contos, que converteu em empréstimo interno.

Vendo as contas da gerência verifico que as verbas pagas nesse ano não são superiores a 13.000$.

Nesse ano pagou-se apenas 7.667$, e eu pregunto ao Sr. Norton de Matos: 4 como é que se pagaram 270:000 libras