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20 Diário da Câmara dos Deputados

hão, porque acima dó republicanos são portugueses.

E porque é que o hão-de fazer contrafeitos?

Porventura Angola não deve o que é à monarquia?

Então não foi em oito séculos de monarquia que nós marcámos toda a nossa epopeia de além-mar?

Então não foi levando hasteada a bandeira da monarquia que as nossas naus singraram os mares?

Não foi à sombra dessa gloriosa bandeira que conquistámos, passo a passo, palmo a palmo, muitos dos territórios que ocupamos o que nos colocou no lugar do terceira potência colonial do mundo? Não posso, pois, Sr. Presidente, como português, em nome dêste lado da Câmara e da cansa que tenho a honra de representar, deixar de lavrar o meu mais indignado e veemente protesto contra semelhante local.

Protesto mesmo, em nome do sentimento patriótico dêsses 30:000 portugueses de Angola, monárquicos ou republicanos, que pondo, estou certo, a Pátria acima da República, soberania nacional acima de quaisquer preocupações políticas, seriam incapazes da vilania e da torpeza de sequer em tal sonharem.

Restaurada que fôsse amanhã a monarquia, tenho a certeza do que os portugueses de Angola, mesmo que todos fossem republicanos, o que contesto, a acatavam, embora isso os pudesse contrariar?

E porque os há-de contrariar?

Então não deve Angola o que é à monarquia?

Não foi em oito séculos de monarquia que nós escrevemos toda a nossa epopeia de além-mar?

Não foi porventura hasteando a sua gloriosa bandeira que as nossas naus percorreram, os mares?

Não foi à sombra dela que conquistámos, passo a passo, palmo a palmo, grande parte dos domínios que fizeram de nós a terceira potência colonial do mundo?

Não foi embrulhados nessa bandeira que tantos e tantos lá perderam a vida em serviço da Pátria?

Não foi finalmente no regime monárquico o em especial nos governos de Eduardo Costa e Paiva Couceiro, que Angola prosperou, e que se notabilizaram

na conquista e enriquecimento dos nossos domínios, além de António Enes, Mousi-nho de Albuquerque, Aires de Ornelas, Azevedo Coutinho, João de Almeida, Alves Roçadas, Capelo, Ivens, Serpa Pinto, e tantos outros?

Isto, Sr. Presidente, conhecem, confessam e compreendem, sem dúvida, todos os republicanos de bom quilate, todos os republicanos históricos; só não o reconhecem nem compreendem os neo-republicanos, isto è, os republicanos de fresca data, todos aqueles que escrevem em jornais estrangeiros, ou perfilham as antipatrióticas afirmações, como as contidas no American World.

Não o compreendem, nem o podem com prender os que põem acima da Pátria a República, as suas ambições, as suas vaidades e os seus interêsses políticos.

Não são assim, Sr. Presidente, nem o o podem ser os portugueses do Angola, pois que lhes faço essa justiça.

Desejaria, Sr. Presidente, fazer ainda outras considerações, mas parece-me que o empenho da Câmara é terminar hoje com êste debate, e assim, no interêsse de lhe ser agradável, termino por aqui as minhas considerações, esperando que a Câmara vote a minha moção.

Tenho dito.

Foi lida e admitida a moção enviada para a Mesa pelo Sr. Paulo Cancela do Abreu.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

Os àpartes» não foram revistos pelos Deputados que os fizeram.

Moção

Considerando que, conforme dispõe o seu artigo 8.°, a lei n.° 1:007, de 7 do Agosto de 1920, que instituiu os Altos Comissariados é de natureza constitucional;

Considerando que o artigo 1.°, o artigo 3.°, § 1.°, o artigo 4.°, n.° 1.°, e o artigo 5.° e outros desta lei, os n.ºs 8.° e 10.° do artigo 14.° da lei n.° 1:022, de 20 de Agosto de 1920, as bases orgânicas de 9 do Outubro do 1920 o outras disposições legais em vigor, obrigam expressamente a metrópole, o portanto o Parlamento, e nomeadamente o Ministro das Colónias, a