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Sessão de 11 de Março de 1924 9

ra, ficou o abaixo assinado fazendo serviço no gabinete, onde se conservou oficialmente até passar ao Ministério do Interior por ser requisitado para a Guarda Nacional Republicana, continuando ainda assim a prestar serviços voluntariamente o com sanção do então Ministro da Guerra, Sr. Norton de Matos.

Do inúmeros dêsses serviços, que não estão registados, sem culpa do requerente, são testemunhas V. Exa., os Srs. Drs. Afonso Costa, Augusto Soares, Domingos Pereira e os Srs. Pereira Bastos, Tomás do Sousa Rosa, Vitorino" Guimarães, Américo Olavo, Carlos Olavo, Herculano Galhardo, Roberto da Cunha Baptista, Almeida Santos e tantos outros, Senadores o Deputados de todos os partidos o especialmente do Partido Democrático.

Em Dezembro do 1917, estando o abaixo assinado em Canas de Senhorim, foi por ordem do Sr. Ministro da Guerra para o Pôrto, onde chegou em 1 de Dezembro; os serviços que aí prestou sabem-nos todos os membros do Govêrno de então e foram classificados, pelo telefone, pelo então Presidente do Conselho; aí cumpriu,o seu dever junto ao Sr. Dr. Afonso Costa, de quem se despediu no dia 8 à noite, em que aquele ilustre homem de Estado foi proso, e trouxe duas cartas para Lisboa, uma das quais ainda não pôde entregar. Quais foram os seus serviços nesses oito dias podem testemunhá-lo os Srs. Drs. Afonso Costa e Augusto Soares.

Apresentou-se o abaixo assinado na Divisão declinando a qualidade em que se achava no Pôrto e que era conhecida da mesma, e recebeu guia para Lisboa, onde não receou apresentar-se e foi logo desterrado para a Figueira da Foz, para onde teve de ir sem a família, começando desde então a ter do fazer despesas superiores aos seus vencimentos.

Não sossegou ali; logo em 25 de Janeiro recebeu uns quesitos da repartição dos inquéritos aos Ministérios e Repartições do Estado, assinados pelo juiz Sr. Alfeu Cruz, em que se lho atribuíam falsidades sôbre o incêndio do Depósito de Fardamentos em 1916, deturpando a verdade dos factos, ao que o requerente respondeu altivamente e sem receios, percebendo qual era o fim em vista.

Em meados de Fevereiro de 1918 re-

cebeu ordem inesperada de marchar para Almeida, onde era mandado residir sem comissão, ficando separado da família, que acabava do chegar à Figueira da Foz, o onde não conhecia ninguém. Aí só conservou até fins de Maio, em que o mandaram apresentar na Secretaria da Guerra. O que aí passou e as dificuldades que lhe criaram em todas as cousas da sua vida constam de reclamações e notas; tendo por fim de viver numa caserna da praça e beber só leite; aí valeram-lhe alguns correligionários que logo o estimaram.

Tendo vindo a Lisboa por interferência pessoal do Sr. Freitas Soares, então chefe do Gabinete, voltou à Figueira; da forma porque falou então ao Ministro da Guerra e manteve as suas afirmações liberais são ambos testemunhas o constam duma carta do Sr. Chefe do Gabinete.

Chegado à Figueira desenvolveu-se uma perseguição atrás de dois criminosos que ainda julga impunes, Dr. Costa Alemão e administrador Mimoso Ruiz, e dum oficial, major Tôrres, antigo perseguidor de republicanos.

Em 30 de Julho foram-lhe enviados uns quesitos, sendo arguido de ter diariamente reuniões, etc., respondendo altivamente, expondo a verdade; não contentes, em 19 de Setembro repetiram os quesitos, tendo a mesma resposta; quer uns quer outros' desonram quem os fez.

Havia todo o interêsse em encontrar um motivo que justificasse o procedimento, ê êsse motivo dou-se em fins de Setembro; o abaixo assinado assistiu a um jantar num restaurante público, tendo sendo visto e cumprimentado pelo seu comandante, que não viu nada de extraordinário nesse acto pois bastou êsse facto para que recebesse da 5.ª Divisão ordem de 10 dias de prisão disciplinar com comêço em 5 de Outubro.

As fatalidades que se originaram dêsse facto que (caso extraordinário) os seus camaradas monárquicos julgaram injusto, foram enormes!

O abaixo assinado reclamou; veio uma sindicância em que só cometeram as maiores arbitrariedades, e de que são testemunhas os chefes políticos de dois partidos naquela localidade, que foram testemunhas, Dr. Manuel Gaspar de Lemos, Dr. José Maria Cardoso, Dr. Manuel Gomes Cruz o Dr. Adelino Fer-