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12 Diário da Câmara dos Deputados

É justo que esta Câmara mostre a S. Exa. que repudia as campanhas que lhe foram feitas e que tem por S. Exa. uma consideração que a leva a manifestar-lhe o desejo de que S. Exa. continue a prestar ao País os seus serviços e a todos nós a sua colaboração.

O partido a que tenho a honra de pertencer não esquece que a República muito lhe deveu nas horas difíceis da sua implantação e por isso se associa às manifestações que lhe foram prestadas.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva: — Associo-me às palavras pronunciadas por todos os lados da Câmara acerca da carta de renúncia apresentada pelo Sr. Fausto de Figueiredo, porque reconheço em S. Exa. qualidades de inteligência e de trabalho que tem pôsto ao serviço do País.

Interpretando o sentir dêste lado da Câmara, associo-me às palavras dos oradores que me antecederam.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Lino Neto: — Lamento a resolução do Sr. Fausto de Figueiredo não só porque se trata de um companheiro leal e inteligente, mas também porque representa a sua atitude uma desistência perante uma vaga campanha.

Dizia um grande orador francês que quando tudo parece perdido é a hora das grandes almas: — chegou a hora para as grandes almas e para os grandes sacrifícios.

Por isso em nome da minoria católica, eu me associo às palavras que foram proferidas.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carlos Pereira: — Sr. Presidente: não é em nome da amizade pessoal que me ligada êsse Sr. Deputado que eu vou falar. Falo porque a carta de S. Exa. traduz o estado de alma em que a sociedade portuguesa se encontra e contra a qual temos de reagir.

Desse estado de alma somos muitas vezes os culpados com as discussões que aqui se travam e a que é necessário pôr termo de uma vez para sempre.

Trata-se de um republicano de sempre que nas horas indecisas da proclamação da República, quando lhe faltavam recursos materiais, os foi encontrar em Fausto de Figueiredo.

Trata-se de um republicano; e por isso eu peço à Mesa que faça todo o possível para convencer o Sr. Fausto de Figueiredo a desistir da sua renúncia.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Correia Gomes: — Motivos muito particulares me obrigaram a pedir a palavra a V. Exa..

Foi em 1911 que eu insisti com Fausto de Figueiredo para entrar na actividade da vida política. É por isso que não posso deixar de proferir algumas palavras.

Lamento ver perdidas em S. Exa. todas as qualidades de energia que sempre demonstrou.

É absolutamente necessário que V.Ex.a, como Presidente desta Câmara, ao dirigir-se ao Sr. Fausto de Figueiredo, lhe faça sentir que êle e todos os que constituem o Parlamento, têm de manter-se nos seus lugares, continuando a lutar intransigentemente contra todos os maus actos e processos.

Estou certo de que a acção de V. Exa. não será perdida, porque o Sr. Fausto de Figueiredo, é um bom português e um bom republicano.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Jaime de Sousa: — Sr. Presidente: depois das homenagens que hoje tem sido prestadas nesta Câmara ao Sr. Fausto de Figueiredo, eu julgo interpretar o sentimento geral da Câmara, mandando para a Mesa a seguinte proposta:

Leu.

Proponho que a Mesa da Câmara dos Deputados da República Portuguesa Taça junto do ilustre Deputado Sr. Fausto de Figueiredo as indispensáveis diligências - no sentido de demover S. Exa. do propósito de renúncia do seu mandato, transmitindo-lhe as demonstrações da alta consideração que esta casa do Parlamento acaba de dar-lhe.

Sala das sessões, 12 de Março de 1924.— Jaime de Sousa.