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Sessão de 3 de Abril de 1924 11

dêste regime com a disciplina da monarquia?

Àpartes.

V. Exas. revoltem-se não contra mim, mas contra os seus correligionários que de propósito levantaram esta questão.

Eu não desejo que as minhas palavras nêste lugar sejam todos os dias a repetição das pronunciadas na véspera; mas tem de ser assim, porque todos os dias assistimos a cada Ministro apresentar à Câmara pedidos de novos créditos.

Êste facto é de importância para nós; e interessa-nos porque vemos que se caminha assim para uma situação irredutível.

Sr. Presidente: não costumo, quando não tenho relações pessoais com qualquer pessoa, fazer certas referências pessoais. Não uso de tais processos de critica.

Mas sempre que venha qualquer ataque aos actos praticados por êste lado da Câmara, tenho de dar a competente resposta.

Apartes.

Paço isso com todo o desassombro, porque nunca recebi do Estado, quer na monarquia, quer na República, favor algum, seja de que natureza fôr.

Àpartes.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Interior (Sá Cardoso): — Sr. Presidente: o Sr. João Camoesas já deu a resposta que devia dar sôbre a questão quê foi levantada. Por mim, direi apenas que acho extraordinário que se levantem todos os dias questões como esta, a propósito de assuntos que nada têm que ver com o caso.

Àpartes.

O projecto que apresentei à Câmara é uma cousa simples.

Trata-se dos encarcerados -que nas cadeias têm de ser sustentados. Os respectivos fornecedores declaram que não fornecem mais nada senão que se lhes pague o que se lhes deve.

Àparte do Sr. António Maia.

O Orador: - Felizmente nunca terei ocasião dó ter V. Exa. preso; mas, se o tivesse, V. Exa. não quereria decerto que lhe aplicasse o processo a que sé refere.

Não serei eu quem deixe uma situação

destas sem resolução, sob pena de mandar soltar as pessoas que estão presas.

Quanto a questões do modo como se fixam as respectivas verbas a que eu me refiro, trata-se do verbas fixadas quando eu não era Ministro, quando o Sr. Álvaro de Castro não era Presidente do Ministério, não tendo sido S. Exa. quem confeccionou os respectivos orçamentos, sendo portanto natural que se peça um refôrço de uma verba indispensável.

Como é que vem aquele lado da Câmara censurar a maneira como estão feitos os orçamentos, a êste propósito?

Mas que tem o Govêrno actual com isso, para que se lhe venha dizer que todos os dias apregoa economias, e que vem pedir os necessários reforços de verbas que são indispensáveis?

Tais considerações são descabidas porque o Govêrno não tem responsabilidade do modo como foram fixadas certas verbas.

Sr. Presidente: quanto ao assassino do Sidónio Pais não sei onde êle está. Se o soubesse, mandá-lo-ía prender.

Estão dadas ordens para todos que sejam criminosos serem presos.

Não faço excepções e, sabendo onde êle pára, não hesito em dar ordem para que seja preso.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. João Camoesas: — Sr. Presidente: V. Exa. e a Câmara inteira são testemunhas de que as palavras de indignação que pronunciei não foram ditas pelo facto de haver sido pedida, a prisão de um criminoso.

Foram ditas no uso, dê um direito de quem entende que há cousas mais úteis a tratar, do que estar todos os dias a fazer reclamações que estão já bem assentes e justificadas.

Não foram proferidas as minhas palavras contra êsse facto, mas porque maça estar todos os dias a ouvir as mesmas acusações que nunca são provadas.

Apartes.

AS considerações que se fizeram daquele lado da Câmara não foram feitas a propósito do que estava em debate.

Sr. Presidente: eu repito o que disse, se fôr necessário,, para provar aqui e em toda a parte do mundo que todos os defeitos da sociedade portuguesa são da