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Sessão de 8 de Abril de 1924 13

Sim, porque devo ser pesada, e bem pesada, a comissão a pagar por êsse desconto da abertura de crédito.

Mas para que se não diga que estou fazendo o mais pequeno obstrucionismo, não me alongarei em mais considerações nem sequer me atrevo a pedir explicações a respeito da forma como o Sr. Ministro das Finanças vai fazer face ao pagamento dos encargos internos, havendo, como há, um tam grande déficit orçamental.

Não desejo de forma alguma que S. Exa. tenha as barreiras que a prudência de um Ministro das Finanças tem de estabelecer em volta da sua acção.

Em todo o caso, muito agradeceria a S. Exa. se mo dissesse o que lhe fôsse possível dizer acerca do que vai fazer para arcar com o déficit público.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro de Castro): — V. Exa. já o indicou.

O Orador: — Não pagando?

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro de Castro): — Evidentemente. Para o evitar só vejo uma saída: a rápida aprovação das medidas que apresentei à Câmara.

O Orador: — Perante a resposta do Sr. Ministro das Finanças creio que se tornam desnecessárias mais considerações sôbre o assunto.

O País, que nos ouve, nos julgará.

Tenho dito.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro do Castro): — Sr. Presidente: pedi a palavra para fazer a declaração positiva e categórica de que o Estado conseguiu, por intermédio dos seus órgãos oficiais, obter lá fora um crédito que os bancos não conseguiram obter quando o tentaram.

Apoiados.

Felizmente, o crédito do Estado, não obstante todas as críticas que lhe têm sido feitas, umas por má fé política, outras por ignorância dos factos, está perfeitamente assegurado.

Apoiados.

E para isso o Estado não teve necessidade do se sujeitar a condições que do longo se parecessem com aquelas a que os bancos declararam sujeitar-se para obter em Londres um crédito do 1.000:000 de libras, crédito que, afinal, lhes não foi concedido apesar do gravame dessas condições o dos porfiados esfôrços da sua missão especialmente enviada a Londres para êsse fim.

A única entidade que em Portugal tem crédito ainda é o Estado.

Muitos apoiados.

Que isto se diga bem alto, para confusão daqueles que a todo o momento apregoam a falência do Estado, e que ainda agora, no momento em que o Govêrno consegue realizar uma operação externa de incontestável alcance quer material, quer até moral, porque nela se reflecte o prestígio que lá foram gozam o País o a República (Muitos apoiados), ainda agora ousam provocar a alta do câmbio com fins inconfessáveis.

O Govêrno conhece, porém, os elementos perturbadores e não hesitará, certamente com o apoio do Parlamento, em lançar mão dos meios necessários para os meter na ordem.

Muitos apoiados.

Sr. Presidente: o Govêrno vê comprazer que a Câmara se pronuncia sôbre a moção que o Sr. Carvalho da Silva mandou para a Mesa. O Govêrno não a aceita, mas estima que a Câmara, a propósito do assunto em discussão, lho diga se deseja que elo fique ou que se vá embora.

Tenho dito.

O orador não

Vozes: — Muito bem.

O Sr. Almeida Ribeiro: — Sr. Presidente: pedi a palavra para declarar que êste lado da Câmara não pode aceitar a moção enviada para a Mesa pelo Sr. Carvalho da Silva, visto que ola não corresponde a uma verdade real.

O Sr. Ministro das Finanças, negociando em Londres a operação que expôs à Câmara, não exorbitou das autorizações que lhe foram concedidas. Trata-se de uma simples operação de tesourada que S. Exa. conseguiu realizar sem qualquer vexame para a Nação ou para a República o com a possível vantagem que