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Sessão de 8 de Abril de 1924 15

O que é para lamentar é que a minoria nacionalista vá de braço dado com a minoria monárquica neste propósito de perturbar os trabalhos parlamentares.

Custa-me a ver o Partido Nacionalista a reboque da minoria monárquica.

Apoiados.

Dito isto, só tenho a declarar que o Grupo Parlamentar de Acção Republicana não vota a moção do Sr. Carvalho da Silva.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Jorge Nunes (para explicações): — Sr. Presidente: pedi a palavra para explicações e serei breve.

É moléstia velha a falta de comparência do Sr. Carlos Olavo às sessões da Câmara e só aparecer para intervir as vezes nos debates, inconveniente e inoportunamente como fez agora.

Apartes.

Eu, com toda a correcção, tinha pedido explicações ao Sr. Presidente do Ministério e do que a Câmara é testemunha, e o Sr. Carlos Olavo intervém agora como acabo de dizer.

O Sr. Carlos Olavo (interrompendo): — V. Exa. está dando às suas considerações um carácter pessoal que parece ser com o propósito de me melindrar.

Àpartes.

O Orador: — Eu estou explicando bem os factos, e não tenho intuito de ofender ninguém.

Quando quero ofender alguém faço-o sem hesitações.

Àpartes.

Sr. Presidente, entrei no debate com a máxima serenidade, e nada me faz desviar dêsse caminho.

Quando disso que o Sr. Carlos Olavo tinha entrado no debate inconveniente e inoportunamente, foi por virtude das referências que S. Exa. fez ao modo como o Partido Nacionalista ia votar a moção do Sr. Carvalho da Silva, dizendo que ia a reboque da minoria monárquica.

Àpartes.

Sr. Presidente: se o Partido Nacionalista pretendesse andar a reboque de alguém, não tinha tomado a atitude que tomou numa hora das mais graves para a República.

Tratando-se do crédito do País e da República, nas palavras que pronunciei, nas perguntas que fiz, eu procurei não atingir o Govêrno com censuras que, em meu entender, seriam descabidas neste momento.

Quem assim procede não aceita lições sejam elas de quem fôr, sejam elas do próprio leader do Grupo de Acção Republicana que se permitiu fazê-lo com verdadeira extranheza minha, pois que de há muito me acostumara a apreciar a sua sempre delicada correcção.

Declarei que a intervenção do Sr. Carlos Olavo neste debate, nos termos em que o fez, foi inoportuna. Mantenho a minha declaração, sem olhar a intimativas de qualquer espécie.

Eis, Sr. Presidente, o que sôbre o assunto em debate tinha a dizer.

O orador não reviu.

O Sr. Carlos Olavo: — Sr. Presidente: ouvi com toda a atenção as palavras que acaba de pronunciar o Sr. Jorge Nunes.

Toda a gente que me conhece sabe muito bem que eu costumo usar sempre para com todas as pessoas da máxima cortesia e correcção.

Se o Sr. Jorge Nunes entendeu do seu direito criticar o Govêrno nos termos mais ásperos e enérgicos, não pode estranhar que um Deputado, representante de um grupo que apoia o Govêrno, responda a S. Exa. fazendo a crítica do seu partido.

Não o pode fazer, porque, se o fizer, procede sem justiça e sem verdade!

Já S. Exa. declarou que não tinha intenção de me melindrar pessoalmente, por isso, sôbre êste ponto não tenho mais nada a dizer.

Eu disse que o Partido Nacionalista, votando a moção da minoria monárquica ia a reboque dessa minoria, disse-o porque não podia êsse facto deixar de constituir para mim motivo de lastima porque só trata de um partido de velhos e autênticos republicanos e lamentaria que êsse partido fôsse firmar uma moção apresentada pela minoria monárquica e que ora destinada a tolher a acção de um Govêrno que devia merecer a atenção de todos os republicanos.

Sr. Presidente: feitas estas declarações, eu nada mais tenho a dizer, a não ser