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Sessão de 28 de Maio de 1924 11

blema económico em primeiro lugar e, depois o problema financeiro.

O projecto sôbre estradas mereceu do Sr. António da Fonseca uma atitude que o levou a pôr sôbre a questão a sua pasta, ruas depois, não se sabe porquê, deixou essa atitude.

O actual Ministro do Comércio e Comunicações já por mais de uma vez declarou que julga necessária a solução imediata do problema das estradas, mas S. Exa. não assumiu aquela atitude que foi tomada pelo Sr. António da Fonseca. E não a assumiu porque o Govêrno está manietado por três pessoas: uma é o chefe do Govêrno, o Sr. Álvaro de Castro, e as outras estão fora do Govêrno.

O Sr. Álvaro de Castro é uma pessoa que se julga no direito de dizer violentamente a colegas do Gabinete que não consente senão que êles façam a sua vontade. S. Exa. não lhes consente a faculdade de dizerem «queremos isto, isto é preciso».

Temos cá dentro e ia fora ditadores, apesar de estar sentado nas cadeiras do poder um homem como o Sr. Nuno Simões da pasta do Comércio e Comunicações, o que faz pena. Precisa S. Exa. abrir os olhos do Sr. Álvaro de Castro, dizendo-lhe que os impostos não resolvem o problema nacional, mas que êste se resolve pelo lado económico a que está ligado o problema das estradas.

Isto é rudimentar.

Demais o Sr. Álvaro de Castro sabe muito bem que em todos os lados da Câmara há propósito firme de resolver êsse problema. Da parte dêste lado da Câmara não se faz política. Nós não discutimos as emendas do Senado para que elas se aprovem.

Apoiados.

O Sr. Nuno Simões tem a garantia de que em três ou quatro sessões o problema se resolveria.

Assim estamos à espera de que o Parlamento se pronuncie sôbre as propostas de finanças do Govêrno, ou antes do ditador Sr. Velhinho Correia.

Esta proposta sôbre estradas é mais um; paliativo que nada resolve.

É preciso atacar de frente o problema das estradas.

Quando se= discutiu a proposta de transferência de verba» apresentada pelo

Sr. António da Fonseca, que hoje volta à discussão, alterada pelo Senado, nós negámos-lhe o nosso voto, exactamente baseados na orientação de que a pulverização de problema é inconveniente, e que êle deve ser atacado de Frente.

Numa interpelação que tenho anuncia da ao. Sr. Ministro do Comércio e Comunicações apreciarei mais detalhadamente o que tem sido durante a República, e especialmente durante a gerência do Sr. Queiroz Vaz Guedes, na pasta do Comércio e Comunicações, o problema das estradas.

Não pretendo protelar a discussão. Nem ao tempo o fiz, nem hoje o farei.

A questão não se resolve pela forma que pretendia o Sr. Queiroz Vaz Guedes, pessoa muito capaz, mas incompetente para dirigir uma questão desta natureza, que, como ainda há poucos dias, ao apreciar no Senado êste problema, o ilustre Senador Herculano Galhardo disse, deve ser tratada por técnicos, reconhecendo que o Sr. Nuno Simões, apesar de no seu jornal tratar essencialmente do problema, está deslocado nessa pasta.

Quando se discutir a proposta, e especialmente na minha interpelação, tratarei do caso especial da célebre firma inglesa patrocinada pelo célebre coronel Amstrong, que se pensava ser representante da firma do mesmo nome.

Hoje trata-se de nova maneira de ver, que é contra a pulverização de verbas, e emquanto o problema não estiver definitivamente resolvido segundo um plano geral de trabalho dado para ordem do dia, tenho a impressão de que o Sr. Dr. Nuno Simões não concordara com as disposições do Sr. António da Fonseca.

Interrupção do Sr. Carlos Pereira que se não ouviu.

O Orador: — V. Exa. ainda não sabe aquilo com que eu concorde.

O Sr. Carlos Pereira: — Sei, sei.

O Orador: — Tenho a impressão de que o Sr. Nuno Simões vai facilitar a discussão dessa proposta, sendo o primeiro a reconhecer que ela briga com os mais elementares preceitos de direito de propriedade o garantia dos cidadãos.

Desde já posso afirmar que se assim se proceder, da nossa parte faremos quanto