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Sessão de 30 de Maio de 1924 31

Guerra não se deu ao cuidado de mandar saber do estado de saúde dos aviadores feridos.

O Sr. Ministro da Guerra (Américo Olavo) (interrompendo): — V. Exa. está redondamente enganado, ou mal informado. O primeiro cuidado que tive, ao saber do desastre dos aviadores, foi mandar um ajudante saber do estado dos feridos.

O Sr. António Correia: — É capaz também de não ser verdade!

O Orador: — Não sei que pensar!

Uma pessoa da minha maior confiança garantiu-me o contrário.

O Sr. Ministro da Guerra (Américo Olavo): — O que é certo é que dei imediatamente ordem ao meu ajudante para que fôsse saber do estado dos aviadores.

Nem eu era capaz, ainda que não fôsse Ministro da Guerra, de deixar de cumprir um dever de camaradagem.

Não o podia fazer, nem me tenha V. Exa. como homem de ideas mesquinhas.

Sou uma pessoa que julga ter o sentimento da sua situação, e daquilo que devem a si próprio.

Fique-se V. Exa. com esta declaração.

O Orador: — Sr. Presidente: para terminar, não quero deixar de mostrar mais uma vez quam parcial foi o Govêrno neste conflito, porquanto colocou se absolutamente ao lado do pessoal menor, sem discriminar as responsabilidades dêsse mesmo pessoal, contra o pessoal superior, agravando por uma forma bem evidente o conflito, tanto mais que não ouvi nenhuma consideração do Sr. Ministro da Guerra, dizendo que ia proceder também contra o pessoal menor, que insultou o pessoal superior, quando és te foi obrigado a abandonar os seus lugares.

Tenho dito.

O orador não reviu.

Depois de lida, foi admitida a moção do Sr. António Maia.

O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: como de tarde tive ensejo de dizer, êste lado da Câmara não faz desta questão o mais leve, o mais insignificante pretexto, para um ataque político.

Somos Deputados da Nação que não podemos deixar de considerar todas as questões que perturbam a vida nacional e evidentemente a falta dos serviços telégrafo-postais está nesse caso.

Trata-se do aspecto da ordem que também êste lado da Câmara não esquece, nem esquecerá nunca, e trata-se ainda de, como representantes da Nação, cumprirmos o nosso dever de olhar e examinar com cuidado todas as reclamações que ao Parlamento são apresentadas;

Os dois primeiros aspectos, o aspecto da ordem e o aspecto dos prejuízos que à Nação está causando a falta dos serviços telégrafo postais, seriam por si razão mais que bastante para que êste lado da Câmara desejasse que se pusesse termo a uma situação como aquela que vem prejudicando o país.

Mas, Sr. Presidente, independentemente disso, ao Parlamento foi apresentada uma reclamação do pessoal maior da classe telégrafo-postal e como representantes da Nação não podemos de nenhuma forma deixar de procurar atender as reclamações que nos são apresentadas.

Sr. Presidente: devo dizer a V. Exa. e à Câmara, com a maior sinceridade, que assim como tantas vezes aqui nos insurgimos contra despesas supérfluas, contra despesas condenáveis, contra despesas que não podem continuar a fazer-se em relação a funcionalismo que não presta o mais leve serviço ao Estado, neste caso, Sr. Presidente, não o fazemos porque se verificam circunstâncias perfeitamente contrárias.

A classe telégrafo postal é uma classe que não só pode considerar a par daquelas que não prestam serviços ao Estado.

Tive ocasião de falar com alguns dos seus representantes que se confessam sinceros republicanos, e que tomaram parte no movimento de 1910 e em todos os outros movimentos.

Esta franqueza só é razão para respeitar as suas convicções, porque têm a hombridade de as confessar em toda a parte.

Tenho presente a representação do pessoal maior e nela há uma solução que me admira que ainda não tenha sido adoptada pelo Govêrno.