O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 2 de Julho de 1924 15

lação ao seu tráfego submarino. Eu indiquei, até à Comissão de Reparações que insistisse para que ficássemos como nos competia com a propriedade do cabo, para podermos assim fazer valer depois os nossos direitos e pedirmos quanto quiséssemos pelo trânsito dos telegramas. A Alemanha, porém, defendeu-se, montando poderosos postos radiotelegráficos. Contudo, êste sistema tem os seus inconvenientes, porque tem muitas falhas, de forma que a América, querendo ligações mais rápidas com o norte da Europa, viu-se na necessidade dê pedir a Portugal concessão para amai ração de um cabo, o que em nada vem prejudicar Cabo Verde.

A companhia interessada, aliás, não podia fazer, como o Sr. Eugénio de Vasconcelos queria, a amarração a Cabo Verde, porque tinha nisso prejuízo. Trata-se, além disso, como já disse, de um cabo restrito.

O Sr. Carlos de Vasconcelos: — Nós devemo-nos valer das nossas posições geográficas, para valorizarmos a nossa situação.

O Orador: — Mas trata-se de uma linha que não liga directamente a Alemanha, à, América do Norte.

O Sr. Carlos de Vasconcelos: — Mas amanhã a companhia pode pedir concessão para a outra metade que lhe falta!

O Orador: — Nossa altura nós poderemos impor as nossas condições!

O Sr. Carlos de Vasconcelos: — Mas devemos ser previdentes; e de resto a minha emenda ressalva melhor os interêsses do Estado;

O Orador: — Os interêsses da Junta Geral de Distrito também são os interêsses do Estado. Finalmente, há disparidade entre o que se passa no Conselho Legislativo de Cabo Verde e o que se passa nesta Assemblea, onde há dificuldade de passar um projecto dêstes que não contém quatro linhas e antes tem todas as condições técnicas e económicas previstas.

Por estas razões expendidas, não posso dar o meu voto à emenda do Sr. Carlos de Vasconcelos, mas dou-o à emenda do Sr. Nuno Simões.

Trata-se, de resto, de uma companhia, séria e de um empreendimento sério, em que os interêsses das ilhas são defendidos.

O Estado pela sua situação privilegiada podia arrecadar só para si as receitas provenientes dêste contrato; mas não tem dúvidas em as dar para benefício das ilhas que também são portuguesas.

Apoiados.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: pedi a palavra para dizer apenas duas- palavras, isto é, para declarar que quando o meu particular amigo o Sr. Morais de Carvalho manifestou o desejo de que a discussão se fizesse, artigo por artigo, cláusula por cláusula, não era intenção nossa pôr dificuldades à realização de uma obra que representa um melhoramento.

O que nós desejávamos é que ela só transforme em realidade.

Porém as considerações feitas pelo Sr. Morais Carvalho eram tam justificadas que o Sr. Nuno Simões na proposta que mandou para a Mesa atendeu em parte as considerações do Sr. Morais Carvalho.

Se bem que, Sr. Presidente, a proposta mandada para a Mesa pelo Sr. Nuno Simões não satisfaça todos os nossos desejos, nós não fazemos mais largas considerações sôbre o assunto, nem mesmo apresentamos qualquer emenda, até porque já sabemos a sorte que a esperava, visto que não desejamos por forma alguma criar mais dificuldades a êste melhoramento.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carlos de Vasconcelos: — Sr. Presidente: ouvi com a máxima atenção as considerações apresentadas pelo Sr. António Maria da Silva.

Permita-me S. Exa. que lhe diga que não posso estar de acordo com S. Exa., pois a verdade é que não me parece que seja exagerado exigir-se da Companhia pela amarração do cabo a insignificante