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Sessão de 10 de Julho de 1924 17

por isso compreendo que na declaração ministerial nenhuma referência se faça a tal respeito.

Vou terminar, dizendo mais uma vez que nenhum intuito tenho de ataque ao Govêrno; pelo contrário, tenho o maior empenho em auxiliá-lo na sua tarefa.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Pinto Barriga: — Sr. Presidente: em meu nome e no dos Deputados independentes cumprimento o Govêrno.

Tem sido sempre norma dos Deputados independentes não hostilizarem os Governos que se constituem em conformidade com as indicações parlamentares e constitucionais.

Êste Govêrno está nessas condições e, portanto, vamos colaborar no Parlamento com êle, fazendo-o com tanto maior gosto, quanto é certo que dele faz parte um dos nossos queridos amigos o Sr. Abranches Ferrão.

Os elogios devidos ao Sr. Presidente do Ministério já estão feitos e de uma forma insuspeita pelo leader do Partido Nacionalista que é oposição e eu, fazendo minhas as palavras de S. Exa., é a maior homenagem que posso prestar às qualidades do Sr. Rodrigues Gaspar. Seja-me, porém, permitido que eu destaque o nome do Sr. Abranches Ferrão.

É S. Exa. um distinto professor da Universidade e foi feliz o Sr. Presidente do Ministério na escolha que fez de S. Exa.

Eu tenho por S. Exa. uma elevada admiração, aquela admiração que é devida às pessoas que como o Sr. Abranches Ferrão, se destacam pelas suas qualidades de inteligência e faculdades de trabalhos. Para S. Exa. vão os melhores cumprimentos dos Deputados independentes.

Em meu nome pessoal quero referir-me ao Sr. Xavier da Silva.

Muito há a esperar da acção de S. Exa. no Govêrno, visto que possui qualidades de inteligência que lhe permitirão o evidenciar-se no seu novo cargo.

S. Exa. cultiva como eu a sciência penal, onde já tem um nome criado pelas suas qualidades inegáveis de trabalho, pela sua persistência, pela sua inteligência ponderada.

Nos cargos que até hoje tem ocupado destacou-se sempre pela dedicação e desinteresse com que os serve.

É um colaborador que honrará, estou disto convencido, a escolha que dele fez o Sr. Presidente do Ministério.

A declaração ministerial é um pouco sóbria, mesmo lacónica.

Realmente o que é necessário são obras e não palavras.

Esta declaração ministerial para mim é um mero índice de um programa de governo que, por esquecimento, o Sr. Presidente do Ministério deixou na Imprensa Nacional; é mais uma enumeração de problemas do que soluções. Mas emfim que importa; neste momento o que é necessário são obras e não palavras.

Em meu nome e no dos Deputados independentes que tenho a honra de representar, afirmo que se o Govêrno atacar os graves problemas financeiros e económicos que ora se agitam, terá o apoio de todos nós e estou convencido de que se o Sr. Presidente do Ministério desenvolver a mesma tenacidade que teve para conseguir a constituição do seu Ministério — porque S. Exa. é de uma incansável tenacidade — conseguirá fàcilmente ter-nos a seu lado.

Tenho dito.

O Sr. Álvaro de Castro: — Sr. Presidente: começo por saudar o Govêrno, e devo dizer que todos os homens que o compõe têm defendido com galhardia as suas ideas políticas.

Foi para mim grato ver na declaração ministerial a afirmação de que subsiste o bloco parlamentar que se organizou para apoiar o Govêrno anterior, porque isso significa que grande número de republicanos se unem para a obra urgente que é indispensável efectuar na administração pública.

Tenho muito prazer em consignar a possibilidade de se manter uma maioria capaz de apoiar um Govêrno que queira realizar obra útil, e é-me grato constatar que o esfôrço feito pelo Govêrno a que presidi não se perdeu, pois que o actual Govêrno se propõe continuar a obra que êle encetou.

O Sr. Cunha Leal, em referência à crise que se deu, analisou a expressão das moções votadas, sem atender às palavras que foram pronunciadas por grande nu-