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Sessão de 10 de Julho de 1924 9

como o Sr. Afonso Costa já têm prestado relevantes serviços ao País, podem e querem governar.

Apoiados.

Como tudo se modificou depois da Grande Guerra, até a democracia que tem assento nesta Câmara, é natural que da parte de muitos não haja o desejo de ver no Poder aquele homem do Estado. Mas então tenham a coragem de tomar atitudes claras.

Foi também dito que o Govêrno do Sr. Álvaro de Castro foi derrubado porque a maioria discordava das suas medidas financeiras.

Ora não é assim.

A moção que derrubou o Govêrno do Sr. Álvaro de Castro dizia, concretizando, que ficasse o Sr. Álvaro de Castro o pusesse fora os seus colegas.

Afirmei que a maioria desta Câmara não quere o Sr. Afonso Costa e voa prová-lo com o facto mais recente.

S. Exa. declarou aos seus correligionários que levassem ao fim a obra do Govêrno transacto.

Êle não podia e não queria tomar as responsabilidades nem as glórias dessa obra, que estava, como o declarou o Sr. Álvaro de Castro, quási finalizada.

Formaria governo a seguir e apresentaria ao Parlamento em Outubro as suas propostas.

Pois a maioria, 24 horas após a saída dêsse estadista, derrubava o Govêrno com a intenção manifesta do impedir o Sr. Afonso Costa de formar Govêrno. Não o correm porque as fôrças que os elegem são ainda afonsistas, mas quando o virem desacreditado, para o que concorrem quanto podem, fazem-no imediatamente. São as ambições mal mascaradas.

Lembro-me de que quando estudante em Coimbra um curso que saiu publicou um álbum em que cada estudante escreveu o seu pensamento.

Um dos mais distintos alunos dêsse curso escreveu o seguinte: «As grandes culminâncias só chegam os reptis e as águias».

Se alguns do V. Exas. são águias, descansem que lá chegarão. Como reptis não vale a pena subir.

Fará pois muito bem o actual, Govêrno em continuar a obra do Sr. Álvaro de Castro.

Todo o Govêrno que estiver naquele lugar tem de resolver o problema da ordem, custe o que custar, por mais dificuldades que tenha.

Vimos agora greves em que funcionários superiores da República fazem ao País o mal que podem. Greves que se prolongam; e a gente admira o tempo que duram, na esperança de que uma revolução ou um movimento rebente.

Apresentam-se sempre êsses grevistas como servidores da República e certamente com o fácil diploma de revolucionários para lá entrarem.

Queremos salvar o País, e só o salvamos com ordem e energia.

Essa ordem e energia coube ao Govêrno do Sr. Álvaro de Castro.

Teve a coragem de se lançar sempre para a frente, arrostando com todas as dificuldades, mantendo sempre inalterável a ordem.

Cumpre ao Govêrno do Sr. Rodrigues Gaspar manter essa ordem, o mal irá se transigir.

Quero deixar bem clara o bem nítida qual a acção do Govêrno, para amanhã poder exigir responsabilidades ao Govêrno.

Desejo ao Sr. Rodrigues Gaspar todas as facilidades, e estou certo que êste Govêrno completará uma obra que já foi iniciada.

O Sr. Carvalho da Silva: — Em obediência à praxe regimental, mando para a Mesa a seguinte moção:

Considerando que o Ministério da Presidência do Sr. Álvaro de Castro caiu no Parlamento perante a oposição que levantaram as suas medidas de finanças, quero as já efectivadas, quero as propostas — o que se deduz claramente da rejeição da moção em que só significava o aplauso da Câmara à política financeira do mesmo Govêrno;

Considerando que outro as medidas prejudiciais aos interêsses da Nação avultam as que atingiram os juros da dívida pública e as que permitiram e permitem a expatriação da prata e outros valores do património nacional, medidas essas que carecem de ser instantemente revogadas; Considerando que o actual Govêrno,