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12 Diário da Câmara dos Deputados

Uma cousa é prorrogar as sessões, outra é alterar o Regimento.

Àpartes.

Mesmo que se diga que já houve precedentes, uma ilegalidade não justifica outra.

Vários àpartes.

O Sr. Presidente: — Vai votar-se o requerimento do Sr. José Domingues dos

Santos.

Vozes: — Não pode ser!

Àpartes.

O Sr. Pedro Pita: — V. Exa. não tem o direito de alterar o Regimento. (Apoia-dos); tem de o cumprir!

Muitos àpartes.

Sussurro.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Ferreira da Rocha.

Protestos da maioria.

Vários àpartes.

O Sr. Ferreira da Rocha: — Sr. Presidente: se V. Exa. me dá a palavra e os
Srs. Deputados da maioria ma retiram, V. Exa. dir-me há se falo ou não.

Vozes: — Isto há-de acabar!

Querem subjugar-nos pelo número!

É uma violência!

Muitos àpartes.

O Sr. Presidente: — Tem V. Exa. a palavra.

O Orador: — O primeiro dever de quem ocupa a presidência é respeitar o Regimento (Apoiados) e às minorias incumbe essa fiscalização.

V. Exa. na presente ocasião não pôde ter a menor dúvida de que o Regimento está sendo desrespeitado.

O Regimento foi alterado quando se determinou que as sessões das 19 horas às 21 fossem para discussão dos orçamentos; agora com a nova alteração só pode V. Exa. aceitá-la por proposta assinada por 5 Srs. Deputados.

V. Exa., tendo outro procedimento, obriga-nos a protestos. '

Apoiados.

Os Srs. Deputados da maioria querem vencer-nos pelo número, querem fazer uma experiência, mas é cedo para isso.

Muitos àpartes.

O Sr. Afonso de Melo: — Isto assim não é Parlamento, é uma rapaziada.

Apoiados.

Assim não pode continuar!

Apoiados.

Muitos àpartes.

O Orador: — Os Srs. Deputados da maioria não julguem que nos amedrontam, nós também sabemos ter energia.

Interrupção do Sr. Carlos Pereira.

O Orador: — Suponho que continuo no uso da palavra, pois não dei licença ao Sr. Carlos Pereira para me interromper.

Certos Deputados da maioria estão mostrando como amanhã governarão se forem ao Poder.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. João Camoesas: — Sr. Presidente: pedi a palavra iam sòmente para protestar contra certas afirmações do Sr. Ferreira da Rocha.

Disse S. Exa. que pretende a maioria fazer funcionar esta Câmara à poigne...

Vozes da direita: — Não disse a maioria...

O Orador: — O Sr. Ferreira da Rocha, por quem tenho a maior consideração, dirá se interpretei bem ou mal as suas palavras.

Sr. Presidente: a observação, ou por outra, a recordação da maneira como tem funcionado esta Câmara nas duas últimas sessões legislativas é a prova do contrário do que S. Exa. afirma.

Tem-se vivido aqui, sob uma tirania das oposições que, pretendendo escudar-se numa falsa acusação da tirania do número, vêm de facto, exercendo a tirania do pouco número.

Neste particular como em tantos outros somos vítimas duma doença proveniente duma falsa interpretação dos próprios princípios que queremos defender e queremos praticar, e de tal sorte que, neste caso, como em relação a outros, vá de