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14 Diário da Câmara dos Deputados

posta que foi apresentada, e por isso as suas considerações foram descabidas» S. Exa. veio falar do Ministério Álvaro de Castro a propósito duma lei votada em Maio de 1923.

O Sr. Carvalho da Silva (interrompendo): — Mas a despesa existia ou não quando V. Exa. foi Ministro do último Govêrno?

O Orador: — Justamente para obviar a êste inconveniente é que no passado ano económico se propunha esta verba.

É uma despesa que está criada, mas para a qual se não criou a respectiva receita.

No orçamento do Ministério do Interior lá figura esta verba; e, assim, Sr. Presidente, não há razão da parte do Sr. Carvalho da Silva em procurar por qualquer forma deminuir a acção do gabinete Álvaro de Castro, que de facto nenhuma responsabilidade tem no assunto.

Entendo, pois, Sr. Presidente, que a Câmara deve votar sem mais discussão êste crédito, que aliás é absolutamente indispensável.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidenta do Ministério d Ministro dó Interior (Rodrigues Gaspar): — Eu não sei francamente o que é que o Sr. Carvalho da Silva deseja que lhe diga sôbre êste crédito de 2:200 contos depois das declarações feitas pelo Sr. Sá Cardoso.

O Sr. Carvalho dá Silva: — O que eu desejava é que V. Exa. esclarecesse a Câmara e o País sôbre as perguntas que fiz. Vejo, porém, que V. Exa. nada nos diz sôbre o assunto, isto é, não quere dizer à Câmara de quais os meios de que se vai servir para ocorrer à satisfação dêste crédito.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Rodrigues Gaspar): — São os meios ordinários que se costumam empregar.

O Sr. Carvalho da Silva: — O Govêrno para ocorrer a êste deficit do tesouraria precisa de continuar a vender ou empenhar a prata.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Rodrigues Gaspar): — V. Exa. quere que eu a cada operação tenha de dizer o que penso relativamente ao modo de satisfazer os encargos do Estado?

O Sr. Carvalho da Silva: — O que se vê é que V. Exa. não quere dar ao Parlamento a mais leve informação acerca do destino da prata.

E assim, não nos dizendo nada sôbre o assunto, nós não podemos dizer o que pensamos sôbre a abertura dêste crédito.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Rodrigues Gaspar): — V. Exa. já sabe muito bem que a prata

Há-de ser transformada em ouro.

O Sr. Carvalho da Silva: - Transformada em ouro, mas como?

V. Exa. insiste em não responder.

Porém há-de responder, por isso que qualquer representante da Nação tem o direito de lhe exigir uma resposta sôbre o assunto.

Nesta altura trocam-se vários àpartes.

O Orador: — Isto não pode ser, pois o Govêrno não tem o direito de ocultar ao país o que há, não só relativamente ao destino da prata, como se a Moagem já pagou ao Estado os 7:200 contos que lhe deve.

O Govêrno não tem o direito, repito, de ocultar ao país o que há sôbre o assunto.

O que eu quero é que o país saiba o que se está passando com a administração, do Estado.

É indispensável que o país seja esclarecido.

Muitos apartes.

O Sr. Presidente: — Peço ordem.

Muitos àpartes.

O Orador: — O que é preciso saber é o que é feito da prata.

São os amigos do povo que tudo lhe querem ocultar.

O Sr. Presidente: — Eu já tinha pedido ao Sr. Carvalho da Silva que restringisse as suas considerações; mas não o pôs-