O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

16 Diário da Câmara dos Deputados

E indispensável que o Sr. Presidente do Ministério explique a razão por que vem agora à Câmara êste crédito e não veio o crédito ilimitado para compra de acções de Bancos e Companhias.

Temos nova edição dos Transportes Marítimos e Bairros Sociais.

É levar para dentro de instituições particulares a política e os péssimos processos da administração do Estado.

O Estado já não merece confiança ao País, e o que se vai fazer mais faz fugir os capitais para o estrangeiro.

Ocorre preguntar se tudo isto não vai agravar o câmbio.

É preciso que V. Exa. explique porque não fez publicar êste crédito pela mesma forma como procedeu com o crédito ilimitado.

Julgo ter dito o bastante para lavrar o meu mais veemente protesto contra esta tirania exercida pela maioria parlamentar, não deixando que os Deputados usem da palavra nos espaços «antes da ordem do dia» e «antes de se encerrar a sessão».

Espero, pois que o Sr. Presidente do Ministério de novas explicações acerca da maneira como estão correndo os negócios públicos.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Rodrigues Gaspar): — Sr. Presidente: agradeço ao ilustre Deputado Sr. Carvalho da Silva os seus conselhos para que eu não saia fora do bom caminho.

O Sr. Carvalho da Silva (em aparte): — Já saiu.

O Orador: — Eu estou em desacordo com S. Exa. porque hoje é princípio assente que o Estado devo ter interêsses nos Bancos e Companhias de que depende a vida do Estado.

Não quero deixar de lamentar que S. Exa. a propósito dêste assunto em discussão tenha vindo falar noutro, visto que o parecer em debate visa a abrir um crédito para pagar sindicâncias e inquéritos que estão parados por falta de verba.

Como devo pugnar sempre pela verdade, e a verdade há-de ressaltar dêsses inquéritos e sindicâncias, não hesitei em pedir a palavra para a imediata discussão dêste projecto.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: em poucas palavras responderei ao Sr. Presidente do Ministério.

Inúmeras vezes nesta Câmara tem sido reconhecido que a intervenção do Estado, e em qualquer serviço, é sempre altamente perniciosa.

Nestas condições, o Sr. Presidente do Ministério, sustentando, como sustentou, que era preciso que o Estado, interviesse na administração de Bancos e sociedades particulares, defendeu, um princípio absurdo, cuja prática é bastante perigosa.

Mas há mais: o Sr. Presidente do Ministério defendeu êste crédito porque êle se refere a inquéritos e sindicâncias.

Pois bem: o Sr. Presidente do Ministério defende a abertura de créditos para sindicâncias que são precisas, e ao mesmo tempo origina, pela mistura da política com os negócios, a necessidade de próximas e futuras sindicâncias, idênticas às dos Transportes Marítimos e Bairros Sociais.

Sr. Presidente: mais uma vez protesto contra a ditadura que o Govêrno está a fazer empurrando para fora do país os capitais que tam precisos são para a melhoria da situação que o nosso pais atravessa.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Morais Carvalho: — Sr. Presidente: o Sr. Presidente do Ministério, nas palavras que proferiu em resposta às considerações do ilustre sub-leader dêste lado da Câmara, e meu particular amigo, Sr. Carvalho da Silva, demonstrou que é exímio em dar respostas que nada esclarecem.

Trata-se, neste projecto, do pedido de abertura de um crédito de 10.600$ para reforço de determinada verba orçamental.

S. Exa., porque se trata de uma quantia pequena, julgou que não podia decretar por si só, e entendeu, e muito bem, que necessitava de vir ao Parlamento.