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Sessão de 31 de Julho de 1924 11

viço do País, 0 nestas Condições não devia o Sr. Rodrigues Gaspar concordai com ã nomeação do ar. Norton de Matos para embaixador em Londres.

Assim, V. Exa. têm que ficar jungidos com êle:

Assim é que está certo;

V. Exas. hão-de ficar amarrados aos escândalos que se praticam em Angola.

Agora foi o Sr. Norton de Matos para embaixador em Londres, e foi para baixo comissário em Angola o Sr. Almeida Santos.

Já me foi dito que escrevesse eu um novo livro, como o Calígula em Angola, com o título de César em Londres.

Eu hei-de trazer de Angola, nem que seja pela gola do casaco, o baixo comissário que se nomeou.

Nós não queremos ninguém da nossa parte para aquele lugar. Não queremos ir nem para Alto nem para Baixo Comissário. Não solicitamos a V. Exa. a nomeação para quem quer que seja; mas queremos salvar a nossa responsabilidade nos desmandos de Angola, e não queremos ser encobridores, porque nos repugna êsse papel.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do interior (Rodrigues Gaspar): — Nem ninguém.

O Orador: — Não queremos ser encobridores, neste momento, mas como as palavras têm uma significação, e se invocam especialìssimamente nesta ocasião, devo dizer que elas traduzem, hão á opinião do Deputado Cunha Leal, mas a opinião do Partido Nacionalista.

Apoiados.

Êle entendeu que, pela minha boca, era preciso revelar o que se passou na província de Angola, na sua administração. Referir os favoritismos, os desperdícios, como a compra de automóveis luxuosíssimos que foram encomendados no estrangeiro e estão chegando lá. Êstes factos e outros.

Tome V. Exa. a iniciativa de mandar fazer, por quem quer que seja, um inquérito, e suspenda o baixo Comissário.

Faço isto, e eu peço depois a intervenção do Parlamento, porquê fatalmente a questão tem de sei tratada no Parlamento.

Não queremos que sejam entregues as arcas da província a quem não lhe compita, porque elas são de nós todos.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Rodrigues Gaspar): — Sr. Presidente: eu disso, em «àparte», ao Sr. Cunha Leal, ilustre leader do Partido Nacionalista, quando S. Exa. disse «fixemos posições», acusando-me de eu e a maioria estarmos intimamente ligados aos erros da administração de Angola, eu disse que para fixar uma posição são necessárias, pelo menos, duas,coordenadas: uma era dada por S. Exa., outra era a que eu devia dar, não concordando absolutamente nada com a que S. Exa. dava.

Quando eu queria que o Sr. Norton de Matos continuasse à frente de Angola, não queria especificar que a administração era modelar. Simplesmente queria significar que estava o seu plano ainda em começo;

O Sr. Cunha Leal: — Seis anos era o preciso para dar cabo da província.

O Orador: — O Alto Comissário dizia que só em seis ou sete anos se poderiam ver os frutos da sua obra.

Sejamos justos. Qual seria o homem que numa administração tam importante, como é a da província de Angola, não tivesse acusações e defesas?

Isso sucede a todos nós.

Muitas vezes somos acusados de cousas que nunca pensamos fazer.

O que se compreende é que não havia graves erros, porque os factos apontados por S. Exa. agora não o foram nessa ocasião. São factos posteriores. Não tínhamos, pois, uma base para dizer que não continuasse a obra iniciada em Angola, quando toda aquela província, pelo menos nessa ocasião, apoiava a obra que estava fazendo o Sr. Norton de Matos.

O Sr. Cunha Leal: — V. Exa. faz-me a fineza de me permitir uma interrupção?

Num jornal em que colaborava o próprio Sr. Norton de Matos se escreveu o que vou ler.

Leu.