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16 Diário da Câmara dos Deputados

Verificado que êsses navios não podem continuar a ser navios de guerra, não há outro caminho senão o de os vender?

Quanto a mim, ponho já a resposta a estas preguntas com estas outras:

Então os navios não podem ser aplicados pelo próprio Estado ã depósitos? E os materiais empregados na construção dêstes navios, quando desmanchados, não seriam também de utilidade para o Estado, se êste os empregasse para outros navios?

E não adviria daqui para o Estado um melhor resultado, sob õ ponto de vista monetário?

E assim, Sr. Presidente, vem a propósito preguntar ainda:

Fez-se a avaliação nas condições a que acabo de referir-me?

Verificou-se qual seria de maior vantagem para o Estado, se a venda dos navios, se à venda ou aproveitamento da sucata?

Tudo isto nós desconhecemos e eu julgo, Sr. Presidente, absolutamente indispensável, para que aos, conseqüentemente, possamos votar esta proposta, o esclarecimento dêstes pontos.

Com efeito, quem poderá afirmar, que os navios desmanchados e vendida depois a respectiva sucata, não produziriam um maior benefício para o Tesouro do que a sua simples vendas tal como êles se encontram ?

Quem pode mesmo afiançar que no desmanchar dêstes navios não se encontrarão porventura peças novas, que possam ser utilizadas nas construções, que (ouvi dizer) se estão a fazer no Arsenal?

Posta a questão nesta Câmara nos termos em que o foi, não é demais que nós, para a votar, procuremos esclarecer-nos completamente.

Ocorre-me ainda, além das já anteriormente formuladas, dirigir mais esta pregunta ao Sr. Ministro da Marinha:

As peças aproveitáveis dêsses navios (se as há) não mereceriam, com efeito ser utilizadas noutras reparações que muitas vezes representam um dispêndio avultado?

Sr. Presidente: é claro, repito, que eu não tenho, infelizmente, a competência suficiente para discutir um assunto dêstes.

Apoiados.

Procuro vê-lo, como o deve ver qualquer pessoa que se interêsse pelo assunto e para quem o objecto em exame é por acaso um navio como, de resto, podia ser uma mesa ou uma cadeira.

Diz-me todavia, o meu raciocínio que as preguntas que formulei são absolutamente justificadas, e natural é, por conseqüência, que eu deseje sôbre elas ser elucidado.

Sr. Presidente: eu tenho examinado à proposta sob o ponto de vista da afirmação que ela contém, de que os navios estão em condições de não serem aproveitados, mas resta apreciar ofim que se tem em vista com a quantia que se obtiver.

É ainda á proposta que nos diz que ela será aplicada na reparação de material naval.

Mas, suponhamos que êstes três navios produzem uma quantia apreciável e suficiente para a acquisição de outro barco.

Nestas condições, o Sr. Ministro dá Marinha, se o quisesse fazer, tinha novamente de vir pedir autorização ao Parlamento, porque, pelos termos em que a proposta está, só pode aplicar a verba que, se obtiver da venda dos navios na reparação de material naval, e a mais nada.

Sr. Presidente: admito apenas esta hipótese para mostrar quanto é incompleta a proposta, e ainda porque, como a Câmara vê, só posso basear o meu discurso em hipóteses, visto a proposta nada dizer á êste respeito;

Mas sendo assim, se o destino da verba é só o indicado, temos de aceitar uma de duas: ou o material naval está por tal forma deteriorado que Carece de uma reparação importantíssima ou o Sr. Ministro da Marinha tem antecipadamente a certeza de que a verba a obter é deveras insignificante.

Sr. Presidente: é êste um caso importante a ponderar, visto que a nossa marinha de guerra está reduzida a dois cruzadores, quatro destroyers, quatro submarinos e três canhoneiras.

Mas, sendo nós um País colonial importante, podemos Continuar vivendo nesta miséria?

Eu não percebo nada de estratégia não percebo nada de guerra mas o que compreendo é que uma das nossas colónias