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12 Diário da Câmara dos Deputados

É preciso fazer as cousas, mas sem aterrar os povos, fazendo uma obra honesta.

A obra da República, nesta matéria, tem sido feita da multiplicação das oscilações e das injustiças.

Gritam os afectados que estão sendo vítimas de injustiças; mas nós agarramo-nos a uma linguagem que não é de verdade, agarramo-nos à produtividade da terra e dizemos: o rendimento líquido da terra é tanto, isto é, metade do que se devia pagar, e portanto não há injustiças.

Com relação à alínea b) do artigo 1.° a minha oposição não é tam formal como é relativamente à alínea a).

Também me não oponho tam fundamentalmente ao resto das alíneas que fazem parte dêste artigo 1.°

Há nelas exagero; mas eu compreendo que a dolorosa situação do Tesouro leva muitas vezes a ser exagerado.

Simplesmente o que é triste é que nos peçam sofrimentos que não estão em relação uns com os outros.

Sr. Presidente: eu anunciei aqui que a minoria nacionalista faria aquela oposição que entende dever fazer às medidas de um Govêrno que, ainda por cima de tudo, lhe não merece confiança.

Cada vez mais nos estamos radicando nesse critério, que é um critério geral, ao vermos as asneiras sucederem-se às asneiras para justificarem aquela tradução do abyssus ahyssum invocat, que é na tradução de Camilo o seguinte: «a asneira puxa asneira»...

Temos tido várias ditaduras: tivemos a ditadura amável do Sr. António Maria da Silva; tivemos a ditadura de sobrecenho carregado do Sr. Álvaro de Castro; e, agora temos a ditadura da Caixa Geral de Depósitos, o dos seus zangãos, muito bem representados pelo Sr. Ministro das Finanças.

Ontem, era o que era, hoje já temos nova matéria para acrescentar em matéria de protecção à Caixa Geral de Depósitos.

Por conseqüência, não existe da nossa parte um desejo de facilitar a vida dêste Govêrno; mas também a verdade é esta: o nosso patriotismo é suficientemente grande, para que nós saibamos distinguir entre aquilo que visa a varrer do terreiro um Govêrno, cuja inutilidade nós reconhecemos, e aquilo que possa prejudicar fundamentalmente os interêsses do País.

E assim se esta proposta tivesse matéria justa, se fôsse cuidadosamente estudada, se procurasse limar arestas, e injustiças, não seriamos nós que viríamos apenas pelo prazer de combater um Govêrno, tirar meios de viver à Nação.

Mas, entre dois males, o mal do deixar cometer novas injustiças, atrabiliàriamente postas em execução, e o mal de as não deixar sair, pregunto a mim próprio: onde está o dever?

Tem havido propostas apresentadas por êste grupo que traduzem o pensamento dos homens que as apresentaram.

Apresentaram-se pensamentos sôbre a contribuição predial rústica; mas há pessoas que têm a cabeça fechada às ideas dos outros.

E, mesmo que lhes abrissem a cabeça com um prego e um martelo, para nela entrar a razão, nada se conseguiria, porque, embora estejam convencidos, não aceitam as ideas de outros e não atendem às conveniências do País.

Apareça alguma proposta conforme o nosso modo de ver, que nós aceitamo-la.

Àpartes.

Eu, ontem, referi-me com justiça à Caixa Geral de Depósitos.

Disse quanto as minhas palavras eram pouco fortes, para fazerem tremer um colosso.

As minhas palavras não eram uma rajada, mas um pequeno sopro, mas um sopro de verdade.

Não concordamos com os abusos que se praticam, mas não queremos criar dificuldades.

Estamos aqui a defender a República, e a República é defendida pelos ideais de cada um.

Não se deve proceder de modo a dizer-se que o Parlamento não é a instituição que melhor defende os interêsses colectivos.

Devemos cortar aquilo que é do nosso legítimo direito.

As oposições não estão aqui para deixar viver os Governos que, em sua consciência, julguem que são maus, nem também para deixar seguir propostas que julguem que são prejudiciais ao País.

Pelo contrário: cumpre-lhes impedir de