O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

8 Diário da Câmara dos Deputados

me ter referido a um boato de um jornal, para fazer algumas afirmaçÕes relativas ao Partido Democrático, ou para melhor dizer, ao grupo que S. Exa. diz ter iniciado a propaganda duma política nova em Portugal.

Disse eu que um jornal, a Tarde, havia e afirmado que o Govêrno ia insistir, para o exercício do cargo de Alto Comissário em Angola, com uma determinada individualidade, por isso que tal lhe era imposto para que o Partido Nacionalista tivesse uma atitude diferente daquela que tem manifestado nesta casa dó Parlamento.

Êsse boato, porventura, espalhado na Câmara por vários políticos e repetido nesse jornal, levou-me a pedir a palavra para o desmentir por completo.

Posso dizer, Sr. Presidente, em nome do meu partido, que êle não entrou, nem entra em combinações para a escolha de A ou S, pois o seu único desejo é que seja escolhido para êsse lugar quem tenha competência para o exercer.

A escolha portanto de Alto Comissário de Angola não pertencerá ao Partido Nacionalista, em nome do qual eu não posso deixar de protestar mais uma vez contra o boato espalhado.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Alberto Jordão: — Sr. Presidente: chamou V. Exa. a minha atenção para umas afirmações constantes da acta lida ontem, produzidas nesta casa do Parlamento pelo Sr. Sebastião Herédia, segundo as quais S. Exa. se reputou melindrado por virtude de quaisquer exclamações que eu soltei, por ocasião do incidente suscitado entre a minha pessoa e a minoria nacionalista com a maioria democrática.

Salvo o devido respeito, creio que quem tinha razão para estar melindrado era eu, e por isto:

Eu não sabia se o Sr. Sebastião Herédia tinha votado ou não contra o meu ponto de vista, mas tratava-se de uma questão de critério.

Eu entendia que defendia melhor o meu país levantando a questão, S. Exa. entendeu o contrário.

Nestas circunstâncias, as palavras de S. Exa. a meu respeito, parece-me, não foram oportunas.

O Sr. Francisco Cruz (interrompendo): — V. Exa. dá-me licença?

O que é para estranhar é que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros não tenha ainda vindo à Câmara fazer declarações sôbre o que se está passando na fronteira.

É um roubo o que os espanhóis nos estão fazendo.

O Orador: — Sr. Presidente: mantenho-me no mesmo estado de exaltação relativamente a êste assunto, e acho que é de elementar patriotismo tratar-se dêle aqui.

Por informações que tenho, o país está espoliado de uma parte do seu território, e é conveniente não deixar consumar-se o resto da espoliação projectada.

O que se fez não está bem, e o que se projecta é muito pior.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Vitorino Godinho): — Sr. Presidente: o Sr. Alberto Jordão devia ter reparado bem que, quando S. Exa. pediu autorização à Câmara para tratar dêste assunto, o Ministro dos Negócios Estrangeiros votou com S. Exa., e estava e está disposto a dar as necessárias explicações.

Acho, portanto, extemporâneas e um pouco intempestivas as observações do Sr. Francisco Cruz, que provavelmente, não teve ocasião de reparar na minha atitude.

De resto, eu já tive ocasião de receber, duas comissões, de conversar com alguns parlamentares, mostrando-lhe vária documentação e de dar explicações, entre elas a de que o que se está passando ao sul da ribeira de Guadelim é provisório, nada tendo sido resolvido definitivamente.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Alberto Jordão (para explicações): — Sr. Presidente, desejo apenas dizer que os indivíduos que se avistaram com o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros não estão sossegados com as explicações de S. Exa.

Eu tenho informações de várias casas importantes, como viúva Sali e outras, que têm ali grandes propriedades, que me dizem que dentro em pouco parte dos