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Sessão de 13 de Agosto de 1924 9

Declaro que não aceito as considerações feitas pelo Sr. Ministro da Guerra sob esto ponto de vista.

Disso S. Exa. que a aviação é uma questão muito complexa, muito difícil, para só adaptar às fórmulas seguidas nas disposições da organização do exercito de 1911.

Não vejo isso: Tam complexa é a arma do aviação como a de artilharia, a do engenharia, a de infantaria ou (malquer outra arma.

Cada serviço tem a sua técnica destinada à sua função em tempo de guerra, e todas elas têm a sua complexidade maior ou menor, conforme os serviços a desempenhar.

Não mo parece que a arma da aviação tenha mais quantidade do sciência que as outras armas especiais.

A sua complexidade desaparece com o treino o a adaptação. Os principais serviços da aviação, a exploração, a descoberta, o ataque, não têm na sua técnica e execução maior complexidade que os serviços adstritos às outras armas, e se a sua execução é porventura mais perigosa, por dever ser feita nos aros, essa característica de maior perigo não significa, por certo, maior complexidade.

Não me parece pois que na arma do aviação haja maior complexidade, modalidades técnicas especialíssimas que lhe não permitam adaptar a sua organização às regras que a organização de 1911 define e marca para as outras armas.

Repito, a artilharia o a engenharia têm funções especiais o têm dificuldades do tal ordem que tornam os seus serviços maximamente complexos, variados, scientíficos e no emtanto estão perfeitamente adaptadas àquela organização.

Têm, dificuldades de ordem técnica e de ordem scientífica, trabalho do manuseamento tal, que não posso admitir que só lhes sobreponha qualquer outra arma.

A engenharia tem uma função altíssima e enorme complexidade; e não me venham dizer que outra arma possa ter maior complexidade. Sendo assim, e apesar da sua complexidade, estão integradas na organização do exército.

Como é que outra arma que vai criar-se, apesar de já assim, ser considerada a aviação, não pode ela caber, na organização do exército do 1911?

Porquê?

Portanto, não posso de forma alguma, estar ao lado do Sr. Ministro da Guerra nas considerações que acabo de expor.

Por isso entendo dever apresentar um aditamento, para que a arma da aviação no se integro dentro da organização de 1911.

O Sr. Ministro da Guerra (Vieira da Rocha): — A organização do 1911 data do há 13 anos, e foi apresentada pelo ilustre titular da pasta da guerra, dessa época, o actual general Sr. Pereira. Bastos, que tenho pena de não ver na sua cadeira do Deputado nesta Câmara por se encontrar bastante doente, o que sinto e a quem neste momento desejo render a minha homenagem pela sua alta ilustração, carácter e inteligência.

A aviação não existia ao tempo, havendo apenas nesta orgânica uma companhia de aerosteiros adstrita aos telegrafistas.

Não poderia pois seguir em absoluto a organização de 1911 em vista dos grandes aperfeiçoamentos modernos em que tudo terá de ser refundido do fond en comble, devendo desaparecer o miliciano puro para o sistema mixto em vista do grande número de especialidades empregadas nos exércitos actuais.

Sr. Presidente: devemos nós ficar agarrados à organização do 1911? Não seria negar o progresso? E êle existe em tudo e em especial nesta arma tam complexa em que êle caminha com a velocidade dos seus motores.

Sendo assim a nossa aviação precisa desenvolver-se e quem melhor que um oficial general poderá fazer convergir todos os esfôrços nesse sentido? Porque o ser aviador não é só voar; é mais alguma, cousa: é bem conhecer a tática, e bem conhecer a estratégica aérea, o combate, etc.

Os seus oficiais pertencem a armas diversas. É um quadro aberto, e não tem promoção do quadro de aviação porque não há, mas sim do quadro das armas a que pertencem.

É um serviço novo, muito diferente de tudo e complexo e assim não vejo necessidade dó encaixá-lo na organização de 1911 como S. Exa. quere.

Fazendo o que S. Exa. deseja, desaparece a entidade de um oficial general à