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Sessão de 6 de Novembro de 1924 15

desejaria que quando êste Govêrno só retirasse não fôsse substituído por outro que faça maior mal à República.

Apoiados.

Disse que desejaria que das divisões de republicanos não viesse mal à República, e maior mui do que aquele que possa vir praticado pôr monárquicos; e é um facto que ninguém contesta, que da desunião republicana tem resultado virem para a República, verdadeiros aventureiros políticos.

A referência que fiz aos «capoeiras» políticos não tinha aplicação às palavras do Sr. Nuno Simões. Da desunião de republicanos é que pode vir mal à República; e repito isto para ensinamento de todos, para que não se repitam factos que se têm dado na história do regime.

Todos que me ouvem sabem o que quero dizer, como conhecem os factos que se têm passado.

É-me indiferente que êste Govêrno caía, e pelo facto de um papel ter a designação de declaração ministerial, depois das dificuldades por que temos passado, não acho conveniente um debate político; e pregunto se isso melhora a nossa situação, se melhora a nossa administração e se será conveniente a substituição do Govêrno.

Tenho dito.

G orador não reviu.

O Sr. Carlos Pereira: — Sr. Presidente: o Sr. Ministro da Justiça teve o cuidado de ser a primeira pessoa nesta Câmara a dizer que se encontrava doente o Sr. Presidente do Ministério, o que todos nós lamentamos, e S. Exa., depois desta declaração, não abandonou o seu lugar de Ministro, como não declarou que estava habilitado a substituir S. Exa. nos termo§ que são habituais nesta Câmara, parecendo que a sua presença significava que estava ali para substituir S. Exa. no debate.

Estranhei portanto o aviso da Presidência, e não compreendo a alusão que foi feita a «capoeiras» políticos.

Sr. Presidente: ou vim com prejuízo da minha saúde marcar a minha atitude nesta Câmara quando se tratava de um acordo relativo aos tabacos, que eu considerava dos piores na matéria.

Tive o cuidado de mandar um telegrama à Presidência da Câmara, dizendo que votaria contra êsse acordo.

Eu queria ver julgar êste Govêrno, que em matéria de tabacos fez um acordo que é pior que o decreto n.° 4:510, de Sidónio Pais, o que me obrigou a mandar para a Mesa uma moção em que dizia o que a Câmara sabe.

Eu dizia isso para fixar aqui a minha posição ante os interêsses nacionais.

Sr. Presidente: não havia no meu Partido, nem no seu Directório, ninguém capaz de abafar a minha voz.

Sr. Presidente: a êste Govêrno muito há que dizer.

Sr. Presidente: com relação à assistência, o Sr. Ministro do Trabalho quis estender a mão à caridade pública, e, para isso, fez festas no Centro Almirante Reis, dando ali espectáculos.

Sr. Presidente: que concepção de assistência e de previdência social têm os homens públicos da República!

Portanto, Sr. Presidente, há a necessidade de tratar do todos êstes assuntos.

Pela pasta das Colónias, por exemplo, há casos também a apreciar.

Que significa essa política das companhias magestáticas?

Elas hoje já não significam nada.

Eu sei o que é a acção dessas companhias, segundo uma frase inglesa.

Não, Sr. Presidente, não posso preocupar-me com as palavras laceis que qualquer queira proferir.

Nós não devemos nada a ninguém, nem à República; e assim, se um dia formos ao Govêrno, iremos lá com aquele direito com que têm lá ido os outros, e isto para não dizer com mais direito.

Assim, Sr. Presidente, eu termino as minhas considerações ficando bem com a minha consciência o deixando ao Govêrno as responsabilidades que êle criou.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos (Catanho de Meneses): — Sr. Presidente: devo declarar à Câmara que ouvi com a máxima atenção as considerações feitas pelo Sr. Carlos Pereira; porém, S. Exa., devo declará-lo em abono da verdade, está fora da lógica.

Eu, no cumprimento do um dever de cortesia, vim à Câmara declarar em nome