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Sessão de 14 de Novembro de 1924 19

para umas breves explicações que devo dar ao Sr. Morais Carvalho. S. Exa. disse que esta proposta tinha sido apresentada sem os documentos a que o Sr. Ministro das Finanças se referiu.

Os documentos são três e não estão juntos à proposta, mas o Sr. Ministro das Finanças já declarou que estavam à disposição da Câmara.

S. Exa. disse também que seria melhor apresentar-se ama proposta mais larga.

Não se trata de pagar a dívida de Angola, mas apenas 15 por cento do montante de várias letras em que Portugal é avalista.

Nem se trata de dar êsse dinheiro, mas apenas de o adiantar.

Angola tem a sua autonomia financeira e o Alto Comissário tem as mesmas funções que o Ministro aqui, e o Ministro só pode intervir se êle ultrapassar as leis que lhe foram conferidas pelo Parlamento.

S. Exa. insistiu na minha falta em dizer ao certo qual era a divida de Angola.

Realmente, no Ministério das Colónias não existe essa informação e só ontem tive ocasião de ouvir a tal respeito o Sr. Rêgo Chaves.

Logo que os documentos cheguem, eu transmiti-los hei à Câmara.

Depois do que o Sr. Rêgo Chaves disse mais nada tenho a dizer.

O Sr. Norton de Matos se justificará plenamente acêrca do dinheiro que levantou.

Eu estou a juntar as peças para formar o processo e acho absurdo estar neste momento a fazer acusações contra o Sr. Norton de Matos e até contra a República dizendo-se que há escândalos, quando não os há.

Há apenas uma crise bancária, crise financeira que se há-de resolver, pois a província tem recursos para isso.

Não há nenhum escândalo, mas simplesmente uma operação clara.

Sr. Presidente: é sempre com tristeza, é — permita-me V. Exa. dizê-lo — com revolta que ouço fazer acusações a República.

Não sei se no lugar em que estou tenho o direito de atacar, mas tenho com certeza o direito de defender a Republica, porque sou seu Ministro, e na defesa vai às vezes o ataque.

Srs. monárquicos: perante a República e quando se trata do colónias, de joelhos!

Não se sorriam V. Exas.!

De joelhos!

Onde está a Zambeze?

Quem a deu aos ingleses?

Foram os senhores!

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Onde está o Sul de Angola, desde o paralelo de Cabo Frio, que já estava marcado até o Cunene — mais do que Portugal inteiro — entregue à Alemanha?

Quem o entregou?

A monarquia!

Onde está a margem direita do Zaire, entregue ao Estado Livre do Congo?

Onde estaria Lourenço Marques, se a nação se não tivesse levantado em pêso contra o escândalo da sua entrega ao estrangeiro?

Quem queria fazer a sua entrega?

A monarquia!

Esta é a obra da monarquia.

Qual é a obra da República?

A República, vendo em perigo a integridade da Pátria, pegou em armas, deu o sangue dos seus filhos, esgotou os seus cofres, por isso está hoje pobre.

A República não deixou perder nem um só palmo de território nacional e ainda conseguiu reaver Quionga.

Curvem a cabeça, Srs. monárquicos, e rezem, se bem que as suas orações não bastem, talvez, para os fazer perdoar pela Nação!

Apoiados.

Perdoem-me V. Exas. esta exaltação de um velho que é tam português como V. Exas. e que não quere menos do que V. Exas. às nossas colónias.

Tenho dito.

Vozes: — Muito bem.

O orador não reviu.

O Sr. Pina de Morais: — Sr. Presidente: é talvez de estranhar que eu vá interessar-me por um problema colonial, que eu tenha podido a palavra neste debate, depois de nele terem intervindo, com muito brilho, com um conhecimento que eu não possuo sôbre êstes assuntos, os ilustres coloniais que fazem parte desta Câmara,