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26 Diário da Câmara dos Deputados

rito para apuramento das responsabilidades de quem quer que seja que, erros tenha cometido e para se castigar quem, porventura, tocha praticado crimes.

Mas êsse inquérito não pode ficar subordinado à vontade dos considerados empatas do Terreiro do Paço,, que passam ali o tempo dormindo emquanto as colónias bradam que necessitam viver. Mas êsse inquérito tem do ser leito por técnicos saídos desta Câmara.

Não sou dos homens que andam sempre à procura dos técnicos fora do Parlamento, apoucando e deprimindo a competência dos que aqui se encontram.

Não sou daqueles que só encontram os técnicos fora do Parlamento. Não; não conheço lá fora melhores competências coloniais do que as que se encontram aqui dentro.

O que é preciso é ter uma grande fôrça de vontade, um forte espírito de justiça e uma nítida compreensão daquilo que é o verdadeiro interêsse nacional, para saltar por cima das conveniências partidárias indo buscar essas competências.

Apoiados.

Houve desregramentos na administração da província de Angola? Apurem-se; nomeie-se uma comissão para os inquirir.

Falo no momento em que ainda soam fios nossos ouvidos as palavras de viva crítica aos actos de determinada comissão parlamentar de inquérito. Isso, porém, não quere dizer que todas as comissões de inquérito façam o mesmo.

Quanto à questão de momento, entendo que não podemos fazer outra cousa que não seja pagar as dívidas de Angola. Simplesmente a proposta que veio ao Parlamento nada resolve.

Todos entendem que o Parlamento deve trabalhar. De facto assim é. É, porém, indispensável que não sejam os membros do Poder Executivo os primeiros a perturbar a boa ordem dêsses trabalhos. Os Ministro têm do trabalhar com o Parlamento tal como é e não com o Parlamento que êles sonham.

O Parlamento, apesar de todos os seus defeitos, ainda, é para uma democracia o que há de melhor.

Sôbre o assunto em debate foram apresentadas várias moções. O Partido Republicano Português não apresenta nenhuma. Trata-se, no emtanto, duma questão
inteiramente aberta. Cada um pode tomar a atitude que entender. Por mim, declaro que estou disposto a saltar por cima de quaisquer interêsses partidários, firme como estou no meu objectivo de salvar e engrandecer os nossos domínios coloniais.

Tenho dito.

Vozes: — Muito bem.

O orador não reviu.

O Sr. Sá Cardoso: — Sr. Presidente: peço a palavra e dela faço uso supondo que sou o último orador inscrito sôbre a ordem. Isto quere dizer que chego quando a questão está já suficientemente, esclarecida. Todavia algumas palavras preciso de pronunciar em nome do Grupo de Acção Republicana.

A questão de Angola é, como muito bem acentuou o ilustre leader do Partido Democrático, uma questão do alto interêsse nacional. Mas neste momento, e em virtude das moções apresentadas, é, também, uma questão política.

Não podemos fugir a isto.

Depois das moções de desconfiança que tem sido mandadas para a Mesa, a oposição monárquica procurou mostrar a questão de Angola como um escândalo da República.

Não vale a pena neste momento estar a procurar argumentos para rebater os apresentados pela oposição monárquica.

Está requerido um inquérito aos actos da administração de Angola. Há-de fazer-se; e então se verá se as palavras que o Sr. José Domingues dos Santos pronunciou, e às quais me associo de todo o coração, representam ou não a verdade.

O inquérito requerido assumiu nesta Câmara o aspecto dum inquérito feito contra um homem, que pode realmente ter defeitos, a quem foi entregue a administração do Angola num momento grave e decisivo.

Apoiados.

É preciso não esquecer o general Sr. Norton de Matos, ao ser investido do alto cargo de Comissário de Angola, estabeleceu claramente os seus planos de administração. Para isso precisava de dinheiro: tinha um plano financeiro.

Apoiados.

Começou a executar-se tendo a libra, o valor de 12$.