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Sessão de 18 de Novembro de 1924 27

O tempo foi correndo e o crescendo da libra foi aumentando imina carreira ascendente até 160$.

Encontra-se nesta situação o Sr. Norton de Matos.

Pregunto só há plano financeiro que possa resistir a uma diferença de valor da moeda de 12$ a 160$.

Era natural uma perturbação adentro do plano traçado.

O Sr. Norton de Matos precisou saldai-os seus compromissos, fazendo um contrato com a Companhia dos Diamantes, que não pôde. ir por diante.

Relegou-o a uma comissão. Não sei se bem se mal, inutilizou assim um contrato que tinha esperanças de poder realizar.

A Câmara no seu legítimo direito não deu, contudo, ao Sr. Norton de Matos possibilidades.

A situação agravou-se, e num dado momento aparecem letras protestadas.

Não posso deixar de me referir aqui à acção do Govêrno, a quem neste momento pode ser atribuída a principal responsabilidade da situação em que nos encontramos.

O Sr. José Domingues dos Santos aludiu ràpidamente às dissensões havidas entre o Directório do Partido Republicano Português e a acção ministerial.

Não venho, Sr. Presidente, para aqui discutir êsse assunto, nem mesmo me julgo com o direito de me intrometer nele, pois o meu único desejo, é salientar o que se passou com a moção votada pelo Directório do Partido Republicano Português sôbre a convocação, extraordinária do Parlamento.

O que é um facto, Sr. Presidente, é que se bem que a Acção Republicana, que tem representantes seus no Ministério, e o Directório do Partido Republicano Português tivessem manifestado desejos de que o Parlamento fôsse convocado, para se saber se sina ou não o Govêrno tinha condições do viabilidade para governar, o Sr. Presidente do Ministério não fez caso disso, não convocando imediatamente o Parlamento, tendo ao contrário essa convocação sido demorada, e tam demorada que só agora ela só realizou. Ora eu pregunto, Sr. Presidente, se havendo, como -havia, o caso de Angola, isso não era mais que suficiente para o Sr.

Presidente do Ministério convocar imediatamente o Parlamento.

Êste facto, Sr. Presidente, não se justifica de maneira nenhuma, tanto mais quanto é certo que o Sr. Presidente do Ministério havia dito que não via necessidade de uma tam rápida convocação do Parlamento.

O Sr. Manuel Fragoso (interrompendo): — Era curioso saber se S. Exa. já tinha conhecimento antecipado dêste caso de Angola.

O Orador: — Agradeço a V. Exa. a interrupção que me fez, a qual me dá ensejo para lhe responder que não; pois a verdade é que nessa altura o único motivo que nos levou a pedir a convocação do Parlamento ora somente de ordem política. E mais nada.

O Sr. Manuel fragoso (interrompendo): — Fica, portanto, bem assente que foram somente motivos políticos que levaram S. Exas. a pedir a convocação extraordinária do Parlamento.

O Sr. Carlos de Vasconcelos (interrompendo): — Da vossa parte.

O Orador: — Sim, senhor; porém, deixe-me V. Exa. dizer-lhe que não compreendo muito bem o seu àparte, pois a verdade é que no Partido não tratam senão de política na boa acepção da palavra. Apartes.

O Orador: — Sr. Presidente: êste incidente não foi inútil porque me deu ocasião de explicar a situação da Acção Republicana ante os factos que têm ocorrido a êste respeito.

O Sr. Norton de Matos pode ter praticado erros, mas para mim entendo que andou bem chamando a si a administração da colónia sem consultar o Terreiro do Paço.

Se assim o fizesse, não teria dado um passo, e Angola não teria uma única carruagem de caminho de ferro a mais.

Pode S. Exa. ter gasto dinheiro; mas fica uma obra que marca a sua passagem por Angola.

Eu lamento a sua fuga daquela colónia; e o que é certo é que, apesar de S. Exa. ter saído de Angola, fica marcada a sua