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Sessão de 27 de Novembro de 1924 11

Sr. Presidente: associando-me ao voto proposto por V. Exa., termino dizendo: glória aos heróis de Portugal!

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Cunha Leal: — Sr. Presidente: em nome da minoria nacionalista, associo-me ao voto de sentimento proposto por V. Exa. pela morte de Tamagnini do Abreu, que era um militar da escola antiga, militar valoroso, sem espalhafatos, , mantendo sempre a intransigência na disciplina.

Foi muito discutida a nossa intervenção na guerra, mas hoje creio que não há ninguém que duvide do proveito que resultou para Portugal da sua presença nos campos de batalha, pelas vantagens que trouxe essa intervenção perante as ambições que despertam os nossos domínios coloniais.

Eu não sei se Sacadura Cabral morreu, mas parece-me que hoje só será loucura alimentar-se qualquer esperança.

Sacadura Cabral foi uma glória mundial e nós vimos a ansiedade com que o povo esperava, em frente os placarás dos jornais, as notícias das étapes, quando, em companhia de Gago Coutinho, fez a viagem aérea de Lisboa ao Brasil, e o entusiasmo do povo ao saber que êsses homens tinham chegado ao Rio de Janeiro.

Êsses dois homens conseguiram realizar qualquer cousa de grande na terra portuguesa. Um deles, porventura, morreu. O Partido Nacionalista sente essa morte, sente-a dolorosamente e lamenta apenas que outras pessoas se não tivessem querido encarregar de exprimir perante a Câmara, melhor do que eu posso fazê-lo, toda a vivacidade -da sua dor, toda a vivacidade do seu sentimento.

Sr. Presidente: está de luto, realmente, a torra portuguesa, e, quando pensamos nas misérias presentes, mais dolorosamente sentimos a ausência de alguns concidadãos que conseguiram dignificar e dar brilho à bela terra de Portugal.

Tenho dito.

Vozes: — Muito bom.

O orador não reviu.

O Sr. António Correia: — Sr. Presidente: em nome dos parlamentares da Acção
Republicana, associo-me, com profundo sentimento, ao voto proposto por V. Exa. pela morte do general Tamagnini de Abreu e pelo desastre sofrido pelo comandante Sacadura Cabral e pelo seu mecânico Correia.

Sr. Presidente: depois das palavras proferidas nesta Câmara pelos representantes dos diferentes agrupamentos que nela têm assento, podia eu limitar-me a dizer que me associava ao voto de sentimento proposto por V. Exa.. Mas não basta, Sr. Presidente: quero dizer ao País que êle, efectivamente, se encontra de luto pela morte de duas das suas figuras mais prestigiosas do século XX.

Se, por um lado, temos, Sr. Presidente, de lamentar a morte do general-Tamagnini de Abreu, que a terras de França levou o valor do exército português e o desejo desta Pátria de ser considerada no conceito de todas as nações como uma Pátria com direito a viver, o desastre sofrido por Sacadura Cabral deixou-nos profundamente sensibilizados.

Sr. Presidente: não é sem comoção profunda, não é sem um sentimento difícil de exteriorizar em quaisquer palavras, que Portugal hoje pode ouvir dizer que desapareceu Sacadura Cabral.

O seu triunfo e a fama que êle levou, a todos os cantos do mundo, do glorioso nome português não consentem que, neste momento, nos convençamos de que efectivamente já não pertence ao número dos vivos.

Sr. Presidente: o Grupo Parlamentar de Acção Republicana considera o desaparecimento ou a morte de Sacadura Cabral como uma verdadeira perda nacional.

O País aguarda, entretanto, que esta terrível desgraça seja confirmada para que, pela boca dos seus mais doutos representantes, possa, condignamente, associar-se ao luto nacional.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Pinto Barriga: — Sr. Presidente: em nome dos deputados independentes, associo-me aos votos de sentimento propostos por V. Exa.

Infelizmente, tudo leva a crer que Sacadura Cabral morreu do desastre que todos lamentamos.

A travessia do Atlântico feita por Sá-