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12 Diário da Câmara dos Deputados

cadura Cabral levantou bem alto o nome de Portugal, e, por isso, bem merece êle que lhe prestemos a homenagem a que nos associamos neste momento.

Também bem sentida é a morte do general Tamagnini de Abreu, que foi comandante do C. E. P., em França, circunstância esta suficiente para que nos associemos ao voto proposto por V. Exa.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Jaime de Sousa: — Sr. Presidente: se bem que dêste lado da Câmara, em nome do partido a que tenho a honra do pertencer, já alguém se tenha associado aos votos de sentimento propostos pôr V. Exa., pela morte do general Tamagnini de Abreu e pelo desastre sucedido ao aviador Sacadura Cabral, permita-se-me que eu como colega de Sacadura Cabral, diga também algumas palavras de profunda mágoa pelo desastre ocorrido, desastre que, infelizmente, eu suponho ser completo e não ter mais remédio.

Há ainda a última esperança no aparecimento de Sacadura Cabral, mas pertenço ao número de aqueles que já não alimentam essa esperança.

Tenho a impressão, Sr. Presidente, de que o grande herói, o brilhantíssimo oficial de marinha que já hoje não é uma figura nacional, mas sim uma figura da história da humanidade, êsse homem que fez dar à aviação um passo capital para o seu aperfeiçoamento, não aparecerá mais.

Sr. Presidente: esta é a dura realidade a que temos todos de nos curvar, e, em face dela, seja-me permitido que venha juntar as minhas palavras de camarada e amigo velho de Sacadura Cabral àquelas que já,foram pronunciadas nesta Câmara. A perda de Sacadura Cabral é para a marinha de guerra qualquer cousa de irreparável e para a Nação Portuguesa a passagem de mais uma das grandes personalidades que vincaram através da história um nome que não-mais se apagará.

Sr. Presidente: Sacadura Cabral comparado hoje, sem nenhuma espécie de hesitação, às maiores figuras da história pátria, merece da humanidade inteira uma consagração completa.

Não se fez nada de mais brilhante, de mais temerário, mas também, de mais
consciente sob o ponto de vista scientífico e de navegação aérea, do que o facto consumado por Sacadura Cabral, auxiliado por essa grande figura que é Gago Coutinho.

Sr. Presidente: não são necessárias mais palavras neste momento, pois a Nação inteira vibrou com Sacadura Cabral quando ele fez o grande gesto, o gesto épico da travessia do Atlântico, para que todos nós, na mesma comunhão de sentimentos, tenhamos hoje o mais profundo pesar pela notícia dêsse desastre.

Sr. Presidente: associo-me ao voto proposto por V. Exa., sendo certo que nesta altura nada me faz alimentar a esperança de que o grande herói não tenha desaparecido para sempre.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Rodrigues Gaspar: — Como presidente da comissão de marinha devo dizer que profundamente sentimos o desastre que se deu.

Sacadura Cabral e Gago Coutinho têm uma obra que não só enaltece a marinha de guerra portuguesa e o País, mas todo o mundo.

Ainda mantenho a esperança de que lhe poderemos prestar uma maior homenagem.

Por todos os motivos associo-me às palavras de louvor proferidas por V. Exa. e por todos os lados da Câmara.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Em virtude da manifestação da Câmara, considero aprovados os votos propostos.

Leu-se uma última redacção que foi aprovada.

Deu entrada na sala o novo Ministério.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Presidente do Ministério.

O Sr. Presidente do Ministério, Ministro do Interior e, interino, da Marinha
(José Domingues dos Santos) (lendo):

Exmo. Sr. Presidente e dignos Deputados da Nação Portuguesa. — Por honrosa incumbência de Sua Excelência o Senhor.