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Sessão de 20 de Fevereiro de 1925 11

tos outros que votaram a moção Agatão Lança.

Estes sacrificaram-se pela Pátria, pela Pátria que, pelo menos, 50 por cento dos manifestantes de Belém não consideram, porque não têm o sentimento republicano.

Citarei essa figura altiva de militar que é Agatão Lança.

Como é preciso recordar isto!

Que vergonha!

Agatão Lança, em 5 de Dezembro de 1917, deu todas as gotas do seu sangue generoso e republicano, sendo ferido pelas balas dos que procuravam a atmosfera que havia de levar os monárquicos a Monsanto.

É tam grande, tam nobre êste gesto que todos fizeram o elogio dêle como um dos que mais honra dão a um dos mais patriotas dos seus filhos.

Vem a propósito lembrar uma frase aqui dita ontem: "A injúria é o talento dos que não têm talento, o argumento dos que não têm argumentos".

Poderia, porventura, julgar-se que nem um só se levantaria a protestar destas cadeiras?

Julgavam-nos assim tam fracos que nos submetêssemos?

Não; e muito menos perante injúrias e ameaças.

Agatão Lança levantou uma afirmação que lhe dirigiram.

O Parlamento afirma que não quere que a fôrça pública espingardeie o povo. O que quere é que haja sossêgo nos espíritos e tranqüilidade nas ruas e que seja prestigiado o princípio da autoridade.

Apoiados.

O Parlamento, se é permitido um conselho, simplesmente aconselha a fôrça pública a que continue a ser moderada, correcta, dando o exemplo da heroicidade e serenidade, a compreensão dos seus deveres, exemplo que deu na noite dos acontecimentos.

Apoiados.

Assim merecerá o respeito de toda a gente.

Mas, fazendo ainda algumas considerações dentro dêste debate, preguntarei:

O que julgou o Sr. José Domingues dos Santos?

Que esta aproximação de fôrças era pela República?

Que ingenuidade! Que grande ingenuidade!

Essas fôrças já estão muito além da República.

S. Exa. também já se encontra muito além.

Apoiados.

Não apoiados.

Se não é assim, vejamos se o Sr. José Domingues dos Santos pode esperar das classes operárias aquele apoio que deseja para a República.

Leia-se a Batalha, porque lá vem a resposta dos que apoiam o Sr. José Domingues dos Santos!

Não sou eu que os censuro.

Fez-se uma política que, por ser demasiadamente avançada, já não é política republicana!

Mas, se todos estamos de acôrdo em que o Sr. Vitorino Guimarães tem altas qualidades políticas, que dentro do Partido Republicano Português afirmou, e que há de seguir o programa fiscal do seu antecessor, porque é que ontem se duvidou da sua acção e promessas?

Pois então S. Exa. e os seus amigos não têm em seu poder o meio de salvar a República?

A propósito devo preguntar agora porque se derrubou o Govêrno Rodrigues Gaspar.

Apoiados.

A obra dêsse Ministério era contra os explorados.

O Sr. José Domingues dos Santos terminou ontem o seu discurso fazendo uma lamentável confusão entre exploradores e explorados e cantou as virtudes do Povo, dêsse Povo que esteve com D. João I, que sacudiu o jugo de Castela em 1640, do Povo que fez a República, do Povo que foi a Monsanto, êsse Povo que se esquece de si próprio e, para defender a sua Pátria e os seus ideais, se deixa matar.

Eu sei também que o Povo é grande em toda a parte; eu também li como S. Exa., algumas páginas da História da Revolução Francesa e sei bem do valor dos filhos da França, mas não se faça ao Povo a afronta de o confundir com a canalha das vielas e os desordeiros de profissão.

Apoiados.

Recordo-me, neste momento, daquela