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Sessão de 20 de Fevereiro de 1925 15

S. Exa. mais uma vez mostrou a sua dedicação pelo regime.

Vi nêle então um camarada que, pelo seu procedimento, era digno de toda a estima e consideração.

Além disso, o Sr. Vitorino Guimarães, pelo seu procedimento político, pelas suas atitudes de disciplinado e de disciplinador, pela isenção que põe em todos os actos, pondo sempre os princípios acima dos homens, é, sem dúvida, uma figura de grande prestígio no Partido Republicano Português, na República em geral e no País inteiro.

Apoiados.

Sou daqueles que, no momento em que S. Exa. foi encarregado de organizar Ministério, lhe deram todo o carinho e solidariedade, e mais o incitaram a que fôsse para diante.

De facto, eu entendia e entendo que quando um homem, com o nome e o prestígio de S. Exa., é encarregado desta alta missão, não pode deixar de forma alguma de ter a seu lado todos aqueles que, militando no mesmo Partido, têm o dever de lhe proporcionar todas as facilidades.

Quando no seio do meu Partido o assunto foi ventilado, eu declarei que me reservava o direito de no Parlamento, na imprensa ou em qualquer outro sítio produzir, em parte ou totalmente, as afirmações que então produzi.

Não podia S. Exa. deixar de encontrar apoio daqueles que, homenegeando o procedimento digno e a atitude marcada pelo Sr. Vitorino Guimarães, lhe deram e dão incondicionalmente êsse apoio, para o auxiliarem na sua tarefa.

Infelizmente, outros que lutam no meu Partido parece que não se lembraram disso e não procederam dessa forma.

E, assim, nalguns discursos aqui proferidos, procurou-se agravar homens que, apenas inspirados no alto desejo de bem servir o País e a República, durante algum tempo exerceram a função governativa.

Ninguém poderá acusar tais homens.

Se através dêste debate têm sido ditas palavras exageradas, para não dizer violentas, elas não partiram de qualquer Ministro cessante ou de qualquer Deputado do Partido Republicano Português, porque êstes entenderam que deviam acompanhar êsse Ministério até o seu último momento.

Sr. Presidente: é possível que cause estranheza a moção de inteira confiança que mandei para a Mesa; fi-lo porém, em meu nome pessoal, pois entendo que o Sr. Presidente do Ministério só deve continuar no seu pôsto, desde que tenha o apoio dedicado e intransigente de todos aqueles que têm o dever de o apoiar.

Entendo, Sr. Presidente, que S. Exa. se não deve sujeitar a estar ali numa posição falsa.

Se todos os seus colaboradores estão dispostos a dar-lhe o apoio de que S. Exa. carece, fique; de contrário, não deve, de maneira nenhuma, aceitar essa posição, e deve retirar-se.

O Govêrno, Sr. Presidente, a que eu tive a honra de pertencer, marcou sempre uma posição definida.

O Sr. José Domingues dos Santos, disse sempre que não se sujeitaria a estar no lugar de Presidente do Ministério pelo favor fôsse de quem fôsse, visto que para lá tinha entrado de cabeça levantada e assim de lá desejaria sair.

O Govêrno do Sr. José Domingues dos Santos, poderia, se quisesse, ter prolongado a sua existência, valendo-se de habilidades políticas, não se importando com as afirmações que tinha feito durante alguns meses, antes de ascender às cadeiras do poder; não o fez, porém, por isso que quis ser coerente com as suas afirmações.

Sr. Presidente: não vou dirigir palavras em especial a cada um dos Srs. Ministros que actualmente se encontram nas cadeiras do poder, se bem que entre êles se encontrem velhos amigos e companheiros, com quem mantenho relações de amizade.

Não posso, todavia deixar de fazer uma referência especial ao Sr. Ministro da Guerra, general Vieira da Rocha, pelas circunstâncias especiais que se deram quando se produziram os acontecimentos que fizeram cair o Govêrno a que tive a honra de pertencer.

Sr. Presidente: o Sr. general Vieira da Rocha demonstrou, através dos acontecimentos, como republicano, como militar e como cidadão, que é uma figura que se impõe à consideração de todos nós, não podendo deixar de merecer aquela consi-