O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 20 de Fevereiro de 1925 19

pasta, cêrca de 10:000 contos, se não estou em êrro.

Por outro lado o Estado devia à referida Companhia perto de 8:000 contos. Não se fez mais do que o encontro de contas por meio do cheque a que o Sr. Carvalho da Silva se referiu. A operação em detalhe não a conheço, nem como Ministro do Comércio tinha de a conhecer, visto que o seu modus faciendi não era, naturalmente, a mim que competia.

Creio, por isso, que em toda esta questão não houve nada com que se possa esgrimir contra a moralidade quer do regime, quer do Ministro que nela interveio.

Sr. Presidente: vou terminar, mas não o quero fazer sem manifestar, também, quanto me seria agradável saber que os meus colegas da minoria nacionalista se encontravam dispostos a regressar aos trabalhos parlamentares que, certamente num momento de percipitação, abandonaram.

Tenho mantido sempre com os meus adversários políticos as mais cordeais relações, o que, infelizmente, já não posso dizer de alguns dos meus correligionários.

Isto prova - digo-o com certo desvanecimento - que, não obstante o meu temperamento combativo, os meus adversários políticos nunca deixaram de reconhecer, através das lutas, a honestidade dos meus propósitos.

Sou intransigente na defesa dos bons princípios; por êles me bato como posso e como sei; tenho feito sempre política clara, à luz do dia.

Ficaria, por isso, de mal com a minha consciência se não manifestasse, neste momento, o meu desgôsto pelo abandono desta Câmara do Partido Nacionalista, embora estranhe a sua falta de visão dos acontecimentos políticos da hora presente e o seu ressentimento pelo facto de, em regime parlamentar, serem as maiorias as encarregadas de governar. Faço, porém, votos, os mais sinceros, para que os Deputados nacionalistas regressem quanto antes a esta Câmara, porque com a sua colaboração só se honra a República e lucra o País.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem!

O orador não reviu.

O Sr. Cortês dos Santos: - Requeiro a prorrogação da sessão até se esgotar o debate político.

É aprovado.

O Sr. Carvalho da Silva: - Requeiro a contraprova e invoco o § 2.° do artigo 116.º

O Sr. Presidente: - Estão de pé 6 Srs. Deputados e sentados 54.

Está, portanto, aprovado.

O Sr. João Camoesas: - Sr. Presidente: começo por endereçar as minhas saüdações ao Sr. Presidente do Ministério. As suas altas qualidades manifestadas por mais de uma vez no exercício das mais difíceis funções da vida administrativa da República são o penhor seguro de que S. Exa. saberá impor-se ainda mais ao nosso respeito e à nossa consideração, respeito e consideração que o ilustre homem público de há muito conquistou entre amigos e adversários, visto que são os actos e não as palavras que definem os homens.

Entendo, por isso, que o Govêrno presidido pelo Sr. Vitorino Guimarães é digno da simpatia de todos os republicanos.

Saúdo, igualmente, todas as pessoas que compõem o Ministério, destacando, todavia, nas minhas saüdações o Sr. Pedro Martins que desde há muito me honra com a sua boa amizade e que, sendo um notável professor do ensino superior do meu país, possui qualidades que, por invulgares, o tornam respeitado de toda a gente; e o Sr. Vieira da Rocha, o organizador da vitória popular em Monsanto e seu comandante num momento de dolorosa incerteza para a República.

A sua permanência à frente da guarda republicana e, agora, à frente de todo o exército é uma garantia de que a fôrça pública não servirá para espingardear o povo e a prova de que eram absolutamente dispensáveis certas afirmações que não honram ninguém.

Apoiados.

Sr. Presidente: o Sr. Presidente do Ministério trouxe a esta Câmara uma declaração ministerial.

Pela consideração que me merece a pessoa que afirma, não quero entrar em