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16 Diário da Câmara dos Deputados

mais do que uma crise económica, mais do que uma crise financeira, ora uma questão bancária. Há mais do ano o meio também que aqui se tem cuidado de averiguar a quem competem as responsabilidades dessa crise.

O último Govêrno trouxe aqui também uma proposta para o financiamento do Angola. O Sr, Carlos de Vasconcelos, que, por motivo da situação do Angola, tain duro ataque sofreu nesta Câmara, e que em tam má situação esteve colocado (politicamente, é claro), devotou-se - essa justiça devemos fazer-lhe - a procurar uma solução para a situação terrível de Angola. S. Exa. foz à Câmara, com a mesma sinceridade, com a mesma eloquência, a exposição que acabamos de ouvir ao Sr. Ministro das Colónias. Disse já então à Câmara que a situação não importava delongas. Há ano e meio já que o problema urgia. E aqui todos esperamos que os Governos trouxessem à Câmara informações claras e terminantes que nos habilitassem a resolver um problema que, sendo da maior agudeza e não podendo deixar de resolver-se, a bem da nossa integridade própria de povo independente e civilizado, a bem do nosso passado do nação colonizadora, não podia resolver-se do ânimo leve, porque representava o representa para a vida do país o contrair um encargo formidável ante os meios de que é preciso lançar mão para fazer-lhe face.

Sr. Presidente: ou sou insuspeito de qualquer má vontade ou reserva a respeito de tudo que vise a resolução do problema.

Pugnarei antes, Sr. Presidente, quanto possa e dentro da medida das minhas forças, para que se olhe com atenção para uma colónia que tem direito a ser tratada com todo o interesse, porque, com efeito, dentro dela, é posível fazer, como já foi dito, um Portugal maior!

Apoiados.

Existe uma pessoa que teve ultimamente ocasião do visitar Angola o de examinar todas as suas possibilidades, não deixando do reconhecer os erros da nossa administração. Concordo com aqueles que afirmam que Angola tem sido mais vítima das complacências e da falta, do fiscalização do Terreiro do Paço, e até do que poderá chamar-se cumplicidade dalguns, do que vítima das suas aspirações menos justificadas que por várias vezes aqui têm sido invocadas.

Apoiados.

O Sr. Ministro das Colónias pediu para esta proposta urgência. A Câmara seria incoerente se lha negasse. Não pode deixar de reconhecer-se a urgência que há em se discutir o problema de Angola. Mas S. Exa., sem trazer qualquer elemento novo a esto debate, que não fôsse o da leitura que fez dum publicista italiano, quis para si um tratamento diferente do que teve o Ministro das Colónias anterior. O Sr. Carlos do Vasconcelos pediu também a urgência; até agora, po-róm, suponho que essa proposta de S. Exa. não tem os pareceres respectivos. Mas então porque se não hão-de aproveitar todos os trabalhos? Entendo que não há nenhum motivo para, por deferência para alguém, se deixar do estudar convenientemente os assuntos, aproveitando todos os trabalhos feitos, todas as informações, todos os relatórios.

Salvemos Angola, porque essa é a nossa obrigação; dêmos-lhe toda a assistência possível, mas não deixemos do firmar princípios e esclarecer situações, com cuja confusão só podem lucrar os que não procedam sinceramente.

Tenho a respeito de Angola as informações que tem toda a gente, porque, como agora se provou, êsse problema tem sido debatido demais, têm-se pronunciado mesmo a respeito dolo muitíssimas palavras desnecessárias e algumas inconvenientes, que os inimigos cobiçosos do Angola permanentemente invocam.

Mas não é por falta do palavras que o problema não tem sido resolvido; é, sobretudo, por falta do informações precisas para o Parlamento se pronunciar.

Por minha parte voto a urgência que o Sr. Ministro das Colónias pediu, mas não concordo com que só procuro discutir já na segunda-feira esta questão. Entendo que o Sr. Ministro das Colónias tem o direito de pedir às comissões que não percam um instante em estudar o problema, mas daí até querer-se resolver precipitadamente o assunto sem o meu protesto isso não se fará.

Apoiados.

Tenho dito.

O orador não reviu.