O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

18 Diário da Câmara dos Deputados

ela se fizesse para melhor elucidarão da Câmara.

O Sr. Ministro das Colónias (Corroía da Silva) (sobre o modo de votar): - Sr. Presidente: eu pedi novamente a palavra apenas para dizer que, em vista das opiniões expendidas por alguns Srs. Deputados, não tenho dúvida alguma em que o pedido que fiz, para a minha proposta entrar em discussão na próxima segunda-feira, seja modificado no sentido de essa discussão se iniciar na quarta-feira, pedindo mais que, se fosso possível, a discussão que se fizesse, que certamente há-de ser longa, não fôsse alem da semana que vem.

O Sr. Nuno Simões (sôbre o modo de votar): - Sr. Presidente: creio que há pouco expliquei bem a minha opinião o a minha atitude, mas quero ainda dizer que às palavras que proferi não representam da minha parte nenhuma oposição aos intuitos do Sr. Ministro das Colónias.

Desejo também, Sr. Presidente, frisar mais uma vez que o Sr. Ministro das Colónias bem podia dirigir o seu apelo às comissões respectivas, para que elas, daqui até quarta-feira, dessem os seus pareceres.

Esta questão é bem gravo para que as comissões só sacrifiquem um pouco, dando os seus pareceres sôbre o assunto, a fim de a discussão só poder fazer com toda a consciência, patriotismo e isenção da nossa parte.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Portugal Durão (sôbre o modo de votar): - Há mais de dois meses que em Portugal, nesta Câmara, se fala no problema de Angola e têm-se feito aqui tantas interpelações e apreciações sôbre a situação daquela província, que me parece que a Câmara, e até mesmo o país, estão habilitados a afirmar que Angola se encontra perante uma situação de devedora e que é necessário pagar as suas dívidas.

E ou se pagam essas dívidas ou só declara a bancarrota.

A proposta que o Sr. Ministro das Colónias apresentou à Câmara é simplesmente para pagar as dívidas, e parece-me, por isso, que não será necessário protelar até quarta-feira a discussão de um assunto que é urgentíssimo.

Êsse protelamento dá lá fora a idea de que nós aqui não fazemos o mínimo caso da situação angustiosa em que a província se encontra e de que não prestamos a mais pequena atenção ao facto.

Isto só faz, repito, desprestigiar o Parlamento e o Governo perante a província.

Creio que a Câmara, para apreciar a proposta do Sr. Ministro das Colónias, que propõe única o simplesmente o financiamento do Angola, para ela poder pagar as suas dívidas, não precisa do mais esclarecimentos ou pareceres.

Apoiados e não apoiados.

Quanto mais se protelar a discussão dêste assunto, mais se sacrifica a província.

Nestas condições, estou absolutamente convencido do que a Câmara votará que a proposta entre em discussão na próxima segunda-feira.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Nuno Simões (sôbre o modo de votar). - Sr, Presidente: com estranheza ouvi a afirmação do Sr. Portugal Durão, relativamente a não carecer esta proposta de qualquer parecer ou informação.

Eu faço justiça às boas intenções do Sr. Portugal Durão, velho e distinto colonial, e conhecedor como poucos dos problemas coloniais.

Mas faço-lhe essa justiça, exactamente para poder dizer que a afirmação do S. Exa. é inteiramente injustificável.

Apoiados.

Pois então se assim é, porque se não fez o mesmo à proposta do Sr. Carlos de Vasconcelos?

Apoiados.

Porque se não foz há dois meses o que se quere fazer hoje?

Apoiados.

Porventura já alguém aqui disso que a metrópole não devia pagar as dívidas de Angola?

Porventura há alguém que possa pensar que a Nação Portuguesa quisesse perder Angola?

A resposta a estas duas preguntas é, como não podia deixar de ser, negativa.

Mas o que nós queremos saber agora é